Mensagens mostram descontrole de agressor antes de atacar procuradora
Agente administrativa da Prefeitura de Registro aponta comportamento de Demétrius Macedo dias antes de agredir procuradora: “Foi assustador”
atualizado

São Paulo – Funcionários da Prefeitura de Registro, no interior de São Paulo, já notavam há semanas um comportamento agressivo do procurador Demétrius Oliveira Macedo, de 34 anos, preso por agredir sua chefe.
Em uma conversa obtida pelo G1, a agente administrativa Thainan Maria Tanaka chamou a procuradora-geral Gabriela Samadello Monteiro de Barros para avisar que o homem tinha entrado no escritório “transtornado”.
“O doutor Demétrius acabou de vir aqui, era 17h33, a ‘Pri’ [funcionária] falou com ele: ‘Voltou, doutor?’, mas ele nem a respondeu. Foi direto na sua sala e, depois, enfiou a cabeça na sala da doutora Kátia. Veio para ‘quebrar o pau’, estava transtornado!”, disse em um aplicativo de mensagens, no último dia 27.

Funcionária relata comportamento agressivo de Demétrius dias antes das agressões Reprodução

Gabriela Samadello Monteiro de Barros diz que vai pedir pelo afastamento do procurador e que teve pesadelos Reprodução

Gabriela Samadello foi agredida de forma brutal por Demétrius Oliveira Reprodução

Vídeo mostra homem agredindo procuradora Reprodução

Solteiro e sem filhos, Demétrius Oliveira de Macedo tem 34 anos e recebia um salário bruto de cerca de R$ 9,2 mil como procurador da prefeitura de Registro Reprodução

Demétrius Oliveira Macedo foi preso pela Polícia Civil no hospital psiquiátrico Santa Mônica, em São Paulo Reprodução

O procurador Demétrius Oliveira Macedo espancou sua chefe – a procuradora-geral do município de Registro, Gabriela Samadello Monteiro de Barros Reprodução
A troca de mensagens revela ainda que os funcionários tinham medo de Macedo e que sua presença lhes causava ansiedade.
Thainan relatou à procuradora-geral que um dos colegas, identificado como Lucas, teria trancado a porta para evitar que Macedo entrasse no local. “Lucas trancou a porta. Estamos dando um tempo para sair. Veio seco atrás de vocês. Foi assustador”, disse.
No dia 30 de maio, Gabriela afirmou: “Preciso fazer alguma coisa”.
Agressões
Na tarde do último dia 20, Gabriela Samadello Monteiro de Barros, de 39 anos, foi brutalmente agredida por Macedo.
Ao Metrópoles, a procuradora-geral relatou que a sequência de agressões durou 20 minutos e que, além de socos e chutes, foi arremessada na parede.
“Ele tomou conhecimento de uma comissão que conduziria um processo administrativo contra ele. Eu acho que ele visualizou uma publicação no Diário Oficial e ficou furioso”, conta.
Demétrius Oliveira Macedo foi preso na manhã de quinta-feira (23/6), no hospital psiquiátrico Santa Mônica, na capital de São Paulo.

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A violência contra a mulher é qualquer ação ou conduta que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico a ela, tanto no âmbito público como no privado Hugo Barreto/Metrópoles

Esse tipo de agressão pode ocorrer de diferentes formas: física, psicológica, sexual, patrimonial ou moral Arte/Metrópoles

A violência psicológica caracteriza-se por qualquer conduta que cause dano emocional, como chantagem, insulto ou humilhação Hugo Barreto/Metrópoles

Já a violência sexual é aquela em que a vítima é obrigada a manter ou presenciar relação sexual não consensual. O impedimento de uso de métodos contraceptivos e imposição de aborto, matrimônio ou prostituição também são violências desse tipo iStock

A violência patrimonial diz respeito à retenção, subtração, destruição parcial ou total dos bens ou recursos da mulher. Acusação de traição, invasão de propriedade e xingamentos são exemplos de violência moral IStock

A violência pode ocorrer no âmbito doméstico, familiar e em qualquer relação íntima de afeto. Toda mulher que seja vítima de agressão deve ser protegida pela lei Imagem ilustrativa

Segundo a Secretaria da Mulher, a cada 2 segundos uma mulher é vítima de violência no Brasil. A pasta orienta que ameaças, violência, abuso sexual e confinamento devem ser denunciados iStock

A denúncia de violência contra a mulher pode ser feita pelo 190 da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), na Central de Atendimento da Mulher pelo 180 ou na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam), que funciona 24 horas Rafaela Felicciano/Metrópoles

O aplicativo Proteja-se também é um meio de denúncia. Nele, a pessoa poderá ser atendida por meio de um chat ou em libras. É possível incluir fotos e vídeos à denúncia Marcos Garcia/Arte Metrópoles

A Campanha Sinal Vermelho é outra forma de denunciar uma situação de violência sem precisar usar palavras. A vítima pode ir a uma farmácia ou supermercado participante da ação e mostrar um X vermelho desenhado em uma das suas mãos ou em um papel Rafaela Felicciano/Metrópoles

Representantes ou entidades representativas de farmácias, condomínios, supermercados e hotéis em todo DF que quiserem aderir à campanha devem enviar um e-mail para sinalvermelho@mulher.df.gov.br Paulo H. Carvalho/Agência Brasília

Os centros especializados de Atendimento às Mulheres (Ceams) oferecem acolhimento e acompanhamento multidisciplinar. Os serviços podem ser solicitados por meio de cadastro no Agenda DF Agência Brasília

Os núcleos de Atendimento à Família e aos Autores de Violência Doméstica (Nafavds) oferecem acompanhamento psicossocial às pessoas envolvidas em situação de violência doméstica e familiar. O Nafavd recebe encaminhamentos pela Justiça ou Ministério Público. Os autores de violência podem solicitar atendimento sem encaminhamento Agência Brasília

A campanha Mulher, Você não Está Só foi criada para atendimento, acolhimento e proteção às mulheres em situação de violência que pode ter sido consequência, ou simplesmente agravada, pelo isolamento resultante da pandemia. Basta ligar para 61 994-150-635 Hugo Barreto/Metrópoles
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