Menino autista preso em canil pela mãe e avó era dopado e amarrado
Criança era forçada a passar longos períodos sem água e comida. Mãe a avó alegam que menino era “agitado e que faziam para o bem dele”
atualizado
Compartilhar notícia
O menino autista de 8 anos que era trancado em um canil pela mãe e avó sofria uma rotina constante de maus-tratos, segundo investigações da 54ª DP, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense (RJ). Relatos indicam que a criança era dopada com “fortes doses de calmantes”, e dormia amarrada em uma cama.
A criança foi resgatada na segunda-feira (17/5) pelo Conselho Tutelar do Rio de Janeiro.
De acordo com testemunhas, as mulheres, de 62 e 27 anos, mantinham a criança a maior parte do tempo no espaço de 2 metros quadrados, no quintal da casa. Quando permitiam que o menino entrasse na residência, ele deveria ficar dentro de uma lata de lixo.
A criança ainda passava horas sem comida ou água, e apresentava um quadro de inanição e desidratação quando foi encontrado.
“O menor chegou ao hospital fraco, desnutrido, com falhas no cabelo, cicatrizes arredondadas, dentes escuros e em estado de pânico, por ter sido submetido a intenso sofrimento físico e mental”, afirmou o juiz Rafael Rezende.
No auto de prisão em flagrante, consta que a mãe a avó alegaram que a criança é “muito agitada e que fazem isso para o bem do menino”. As duas foram presas em flagrante pelos crimes de tortura e cárcere privado, após vizinhos acionarem o Conselho Tutelar.
No entanto, a Justiça converteu a prisão em preventiva, na quarta-feira (19/5). Se condenadas, a mãe e a avó podem pegar uma pena superior a 15 anos.
Na casa, ainda viviam três outras crianças, com idades entre 3 e 10 anos. Todas foram encaminhadas para o Conselho Tutelar.