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Desmatamento zero: sociedade civil pede compromisso de Lula e Biden

Em sua campanha presidencial o presidente Lula afirmou que o seu governo iria trabalhar para zerar o desmatamento na Amazônia

atualizado

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Kamikia Kisedje/ WWF-Brasil
fotomostra uma área desmatada e uma área verde preservada em contraste
1 de 1 fotomostra uma área desmatada e uma área verde preservada em contraste - Foto: Kamikia Kisedje/ WWF-Brasil

Um grupo formado por Organizações Não Governamentais (ONGs), movimento negro, sociedade civil e liderado por representantes dos povos indígenas solicitou aos presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Joe Biden compromisso com o combate ao desmatamento na Amazônia.

O presidente brasileira realiza uma visita ao chefe de Estado norte-americano nesta semana na capital dos Estados Unidos, Washington, DC.

Durante sua campanha eleitoral o petista se comprometeu em zerar o desmatamento na Amazônia e combater a destruição das florestas em todos os biomas brasileiros.

Em Washington, o grupo da sociedade civil apresentou um documento com recomendações de políticas públicas para ambos os governos conservarem a floresta e outros biomas e combaterem as mudanças climáticas e o racismo ambiental.

“O compromisso com a agenda ambiental e climática tem de ser urgente. Ainda mais: uma agenda que tem como prioridade a defesa dos biomas e a erradicação do racismo ambiental, compreendendo que os povos indígenas, quilombolas, povos ribeirinhos, e a população negra periférica são os mais vulneráveis à devastação ambiental, às alterações climáticas, e aos desastres ambientais. Isto tem de estar em cima da mesa como um princípio não negociável para qualquer acordo entre o Brasil e os EUA”, afirma o membro da Coligação Negra por Direitos Igor Travassos.

Confira algumas das recomendações apresentadas:

  • Tornar a Amazônia uma prioridade global, apoiando o Brasil e países vizinhos em sua preservação;
  • Que os Estados Unidos contribuam com o Fundo Amazônia, destinando recursos para preservação e restauração florestal;
  • Fortalecer as leis dos EUA para impedir a importação de produtos associados ao desmatamento e degradação da Amazônia ou violação dos direitos humanos;
  • Fortalecer a cooperação Brasil-Estados Unidos no combate ao crime organizado internacional associado a crimes ambientais;
  • Cooperar com o Brasil para garantir que os projetos de conservação e transição energética incluam proteções claras para garantir os direitos humanos.

O Fundo Amazônia atualmente é composto pela Noruega, Alemanha, mas a França, a União Europeia e o próprio Estados Unidos estudam contribuir.

Para o grupo da sociedade civil, um trabalho conjunto entre os dois líderes mundiais seria fundamental para evitar uma maior degradação da Amazônia e um agravamento das mudanças climáticas.

“Neste encontro histórico, o Brasil e os EUA devem definir estratégias para enfrentar problemas comuns: a manutenção da democracia e soluções para a crise climática, no respeito pela soberania dos países. Também precisa estar na ordem do dia a união de esforços na luta contra o desmatamento, para manter os biomas e garantir os direitos dos defensores da floresta. Ações concretas de ambas as nações são cruciais para garantir a vida no planeta. Não há mais tempo a perder”, declarou a coordenadora executiva da Rede Grupo de Trabalho Amazônico (GTA) e membro da coordenação do Observatório do Clima, Joci Aguiar.

Confira a carta entre aos presidentes:

Carta Aberta à Lula Biden – Português e Inglês – FINAL by Metropoles on Scribd

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