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Mãe e filha são resgatadas após 6 anos em condição análoga à escravidão

Mulheres que viveram durante esse tempo em cárcere privado foram libertadas pela Polícia Rodoviária Federal, na BR-343, no Piauí

atualizado

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Polícia Rodoviária Federal
Mãe e filha são resgatadas após 6 anos em condição análoga à escravidão
1 de 1 Mãe e filha são resgatadas após 6 anos em condição análoga à escravidão - Foto: Polícia Rodoviária Federal

Duas mulheres foram resgatadas, pela Polícia Rodoviária Federal, de uma situação análoga à escravidão. As vítimas são mãe e filha e têm 21 e 44 anos, respectivamente. Elas, que preferem ter as identidades preservadas, viveram durante seis anos sob cárcere privado, em uma região na zona rural do Piauí, próxima à cidade de Floriano.

De acordo com o agente da Polícia Rodoviária Federal Alexsander Lima, o momento de uma operação policial ao longo da BR-343 coincidiu com o instante em que as vítimas fugiram do sítio no qual eram mantidas. “A PRF estava em uma fiscalização de rotina. Encontramos, acenando na pista, uma mulher que era amiga das vítimas e nos pediu ajuda”, explica.

As mulheres, que estavam muito nervosas, esclareceram que moravam no local pois há seis anos havia sido oferecido emprego domésticas para elas. A proposta, falsa, era de um salário mínimo e cestas básicas de doação para as mulheres. Porém, nenhuma das promessas foi cumprida.

“Elas contaram que eram proibidas de tomar banho e que trabalhavam muito, com jornadas exaustivas e trabalhos intensos, sem receber”, declarou Lima. Além disso, o agente explica ainda que ambas eram proibidas de deixar o lote, independente da finalidade, e eram constrangidas constantemente pelos moradores do sítio.

As vítimas declararam, além disso, que o acusado do crime recolheu todos os documentos delas, a fim que não solicitassem o auxílio emergencial. Estes foram devolvidos apenas quando o benefício do governo terminou.

O crime será enquadrado como sequestro, cárcere privado e redução à condição análoga à de escravidão. O homem já foi identificado e as providências legais estão sendo tomadas pelo Ministério Público Estadual.

As mulheres estão em segurança e, desde o ocorrido, já receberam diversos itens de doação, como material de higiene pessoal e roupas.

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