Lula minimiza carona em jatinho: “Eu tinha um amigo que tinha um avião”

O proprietário do jatinho é o dono da Qsaúde, empresário que confessou a prática de caixa dois e que foi preso na Lava Jato

atualizado 18/11/2022 19:57

O presidente eleito Lula acena após discurso na COP27, no Egito - Metrópoles Christophe Gateau/picture alliance via Getty Images

O futuro presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comentou a polêmica envolvendo o uso de um jatinho para ir à COP27, no Egito. O proprietário da aeronave é José Seripieri Junior, dono da Qsaúde, empresário que confessou a prática de caixa dois e que foi preso na Lava Jato.

“Eu fui convidado pelos partidos e pelo governador da Amazônia para ir à COP27, mas os estados não podiam arcar com a minha despesa. Segundo, eu fui convidado pelo presidente do Egito, que também me convidou e eu fiquei muito orgulhoso, mas também não pagava minha despesa”, disse Lula em Portugal, nesta sexta-feira (18/11), durante entrevista coletiva ao lado do primeiro-ministro português, António Costa.

Publicidade do parceiro Metrópoles 1
0

“E eu tinha um amigo que queria ir na COP e tinha um avião. E eu fui com ele em um avião novo, de boa qualidade, com muita segurança, porque é importante lembrar que um presidente eleito tem que cuidar da sua segurança, sobretudo em um país em que você tem bolsonaristas raivosos se espalhando pelo mundo afora.”

Veja o momento:

Amigo de Lula há mais de 10 anos, Seripieiri chegou a ser preso em 2020 pela Operação Lava Jato, em uma investigação sobre suposto caixa dois para a campanha de José Serra (PSDB-SP) ao Senado, em 2014.

Lula ainda afirmou que “se o estado brasileiro fosse democrático e a gente tivesse um presidente responsável, quem sabe ele tivesse oferecido um avião da FAB“.

No entanto, como revelou o colunista Igor Gadelha, do Metrópoles, o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, afirmou que a equipe de Lula não fez qualquer solicitação ao atual governo de uma aeronave.

“Isolamento mundial”

Junto ao premiê português, o petista também declarou que o Brasil “virou um país triste” na gestão de Bolsonaro, mas sua viagem é um indicativo de mudança.

“O Brasil voltou a discutir os assuntos que são de interesse da humanidade, para o Brasil, e para os nossos parceiros. Eu fiquei muito emocionado quando no discurso na COP27, o povo gritava “o Brasil voltou”. E era muito marcante para mim porque fazia quatro anos que o Brasil estava totalmente isolado do mundo”, disse.

“Nenhum país que sofreu bloqueio nesses últimos 30 anos teve o isolamento que o Brasil teve por culpa do próprio governo brasileiro. Não foi o mundo que isolou o Brasil. O Brasil que se isolou.”

Mais lidas
Últimas notícias