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Manifestantes ovacionam Lula e são hostilizados em Porto Alegre

Durante a caminhada rumo ao TRF-4, um grupo de petistas partiu para cima de um condutor que os xingou de “vagabundos”

atualizado

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Saulo Araújo/Metrópoles
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1 de 1 manifestantes lula porto alegre trf-4 - Foto: Saulo Araújo/Metrópoles

Com bandeiras em punho, centenas de manifestantes ovacionaram o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva enquanto marchavam rumo ao prédio do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), em Porto Alegre, nesta quarta-feira (24/1). No edifício, três desembargadores da 8ª Turma julgam recurso do petista já condenado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Durante a caminhada, houve bate-boca entre os manifestantes e motoristas irritados por estarem em engarrafamentos. Um grupo de petistas chegou a partir para cima de um condutor que os xingou de “vagabundos”, mas a confusão foi apartada pela Brigada Militar do Rio Grande do Sul.

Por volta das 9h, os manifestantes chegaram próximo ao tribunal, mas o bloqueio policial faz com que eles acompanhem tudo a cerca de 1km de distância. Segundo a Brigada Militar, mais de 300 homens da tropa de choque estão posicionados e prontos para agir em caso de confusão.

Não é só o destino do petista que está em jogo. O veredito da Corte federal terá grande influência no cenário político nacional, visto que Lula é um dos principais pré-candidatos à Presidência da República nas eleições deste ano.

Em sua primeira sessão em 2018, a 8ª Turma vai analisar recursos do Ministério Público Federal (MPF) e da defesa do petista, condenado pelo juiz federal Sérgio Moro a 9 anos e 6 meses de reclusão no caso do triplex do Guarujá (SP) em julho passado. Segundo a acusação, o ex-presidente beneficiou a construtora OAS em contratos com a Petrobras em troca de propina.

Os advogados pedem a absolvição de Lula. Já o MPF, o aumento da pena para até 18 anos de prisão e a condenação de outros três acusados, todos ex-diretores da empreiteira, que foram absolvidos em primeira instância.

Em torno do julgamento, foi montada uma verdadeira operação de guerra em Porto Alegre, com homens do Exército, da Marinha e da Aeronáutica de prontidão; tropas da Força Nacional incumbidas de proteger o patrimônio público federal; policiais militares, rodoviários federais e civis no policiamento ostensivo e velado nas ruas da capital. Desde terça (23), Porto Alegre é uma cidade “sitiada”, com bloqueios em terra, ar e no rio Guaíba, vizinho ao prédio do TRF-4.

Ao todo, 257 jornalistas do país e 43 do exterior, bem como cerca de 50 mil apoiadores do petista – originários de todas as regiões brasileiras – e um número não mensurado de manifestantes que cobram a punição exemplar do ex-presidente estão na cidade para acompanhar de perto a deliberação dos desembargadores do TRF-4.

Cenário turvo e polarizado
No entanto, o julgamento desta quarta (24) não representa uma desfecho no processo contra Lula, já que, independentemente do resultado, tanto a defesa quanto o Ministério Público podem apresentar novas apelações. A sessão, contudo, pode indicar a inelegibilidade do petista, líder das intenções de voto na disputa para o Palácio do Planalto nas eleições gerais de outubro.

Segundo a Lei da Ficha Limpa, condenados em segunda instância não podem se candidatar a cargos públicos. Portanto, caso o TRF-4 mantenha a sentença de primeira instância, Lula se torna, em tese, inelegível. Se esse for o cenário confirmado, a disputa pela Presidência, que já é incerta, torna-se ainda mais turva.

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