CPMI dos Correios: Gilmar Mendes arquiva inquérito contra Aécio Neves
A ação foi instaurada com base na delação premiada do ex-senador Delcídio Amaral
atualizado
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O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), atendeu, nesta terça-feira (23/10), a um pedido da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, e arquivou um inquérito que apurava se Aécio Neves (PSDB) e outros políticos teriam praticado crime durante os trabalhos da CPMI dos Correios. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.
A ação também investigaria se teria havido conivência do então presidente da Comissão, o então senador Delcídio Amaral, de modo a beneficiar Aécio e Clésio de Andrade, governador e vice-governador de Minas, respectivamente, à época. O inquérito foi instaurado com base na delação premiada de Delcídio.
A Comissão Parlamentar Mista de Inquéritos (CPMI) dos Correios foi criada em 2005 para investigar denúncias do mensalão.
Segundo Delcídio, o Banco Rural “operaria relações financeiras ilícitas entre Marcos Valério e a Assembleia Legislativa de Minas Gerais”. Aécio e Clésio, de acordo com a delação, temiam que tais informações fossem repassadas para a CPMI dos Correios.
Prorrogação
Delcídio afirmou, ainda, que, durante a CPMJ dos Correios, “foi procurado por Eduardo Paes, então secretário-geral do PSDB, que, na condição de emissário de Aécio Neves, solicitou-lhe a prorrogação do prazo concedido ao Banco Rural para que este modificasse as informações bancárias encaminhadas à CPMI de modo a impedir a vinculação de empréstimos fraudulentos realizados pelas empresas de Marcos Valério”.
Ao solicitar o arquivamento do inquérito, a procuradora-geral enfatizou “ausência de justa causa para ação penal e inexistência de outras diligências úteis”.