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Jungmann: “Violência policial pode reverter queda de homicídios”

Número de assassinatos registrou queda de 10% no país em 2018. “Licença para matar” pode “corromper moralmente” a polícia, diz ex-ministro

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FABIO MOTTA/ESTADÃO
Entrevista com Ministro da Defesa Raul Jungmann, nesta manhã de sexta-feira  (22), no Pacio Duque de Caxias no Centro do Rio de Janeiro.
1 de 1 Entrevista com Ministro da Defesa Raul Jungmann, nesta manhã de sexta-feira (22), no Pacio Duque de Caxias no Centro do Rio de Janeiro. - Foto: FABIO MOTTA/ESTADÃO

Raul Jungmann, ministro da Defesa e da Segurança Pública durante o governo Michel Temer (2016-2018), acredita que a redução de homicídios no país é resultado de um bom trabalho feito, sobretudo, pelos governadores estaduais, mas o cenário positivo pode se reverter se a polícia tiver “licença para matar”. As informações são da Folha de S. Paulo.

Em 2016 e em 2017, quando Jungmann comandou o Ministério da Defesa, os homicídios no país bateram recorde, com 61,6 mil e 64 mil assassinatos, respectivamente. Em 2018, com o político à frente da pasta da Segurança Pública, houve queda de 10%, com 57.341 assassinatos, mostram dados publicados nesta terça-feira (10/09/2019) pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

“Eu atribuo a redução principalmente aos esforços de governadores em ano eleitoral, quando todas as pesquisas de opinião indicavam que havia um forte desejo dos eleitores de redução da criminalidade”, afirmou Jungmann.

Segundo o ex-ministro, o problema é que existe um grupo de pessoas que adere à política de que a polícia deve ser mais letal. “Quando você dá licença à polícia para matar, você a corrompe moralmente, porque não existe pena de morte no país, e o policial é que vai decidir quem vive ou quem morre”, avalia.

O número de homicídios segue em queda em 2019, segundo dados preliminares do governo. O governo de Jair Bolsonaro (PSL) e alguns governos estaduais citam as políticas mais duras de segurança pública como fator de dissuasão de criminosos, o que contribuiria para a tendência de queda dos índices.

“A polícia violenta pode, num primeiro momento, baixar o índice de mortes. Mas isso não é sustentável, a violência sobe depois. Porque isso corrói a disciplina, a hierarquia e a própria alma das polícias, porque o papel dela é guardar, proteger e sobretudo obedecer à lei”, contrapõe o ex-ministro.

Para Jungmann, é preciso descontingenciar recursos da segurança pública e voltar a investir na área para que o país mantenha a queda de mortes. “É preciso ter uma política de segurança que não fique só na repressão”, finaliza.

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