Goiânia – Após os interrogatórios dos três acusados pela morte de Ariane Bárbara Laureano de Oliveira, de 18 anos, a Justiça de Goiás suspendeu o julgamento para a realização de exames de sanidade mental dos amigos da vítima. Com isso, o juízo deve ser postergado em, pelo menos, 90 dias. A arguição dos jovens ocorreu na tarde desta quarta-feira (9/2) de forma virtual.
O juiz Jesseir Coelho de Alcântara ouviu Jeferson Cavalcante Rodrigues, 22, Enzo Jacomini Carneiro Matos, 18, e Raíssa Nunes Borges, 19. O trio é acusado de matar a garota a facadas após sair de casa para lanchar, em Goiânia, em agosto. O corpo foi encontrado dias depois. Segundo a Polícia Civil, a vítima foi assassinada por que uma amiga queria testar se era psicopata e sentiria ou não culpa após o crime.

"Perdi meu tudo", diz mãe de Ariane Bárbara, assassinada em GoiâniaArquivo Pessoal

Ariane e a mãe, a cabeleireira Eliane Laureano, de 36 anosArquivo Pessoal

Mensagens enviadas por menor à mãe de Ariane Bárbara, nessa quarta-feira (15/9)Reprodução

Mensagens enviadas por menor à mãe de Ariane Bárbara, nessa quarta-feira (15/9)Reprodução

Mensagens enviadas por menor à mãe de Ariane Bárbara, nessa quarta-feira (15/9)Reprodução

Três dos quatro presos pela morte e ocultação de cadáver de Ariane Bárbara Laureano, de 18 anos, em GoiâniaDivulgação/PCGO

Jeferson Cavalcante Rodrigues, de 22 anos, preso por participação no assassinato de Ariane Bárbara Laureano, em GoiâniaPCGO

Enzo Jacomini Carneiro Matos, que se apresenta como Freya, e tem 18 anosPCGO

Raíssa Nunes Borges, de 19 anos, presa por participação na morte de ArianePCGO

Ariane Bárbara chegou a mandar áudio para a mãe e foi encontrada morta no dia 31/8, em uma área de mata, em GoiâniaReprodução

Ariane Bárbara tinha 18 anos e foi assassinada por pessoas que se diziam amigasFacebook

Mensagens enviadas por um dos suspeitos para a mãe de Ariane, um dia depois do corpo dela ter sido encontradoReprodução

Mensagem enviada por Enzo Jacomini, a Freya, de 18 anos, no dia 31/8, para a mãe de ArianeReprodução

"Mainha vou sair. Volto ainda hoje, tá?", escreveu Ariane, às 19h49 dia 24/8, ao sair de casaReprodução

Mensagens da mãe, preocupada, sem notícia da filha, até a manhã do dia seguinte (25/8)Reprodução
De acordo com o magistrado, Jeferson e Raíssa falaram bastante durante o interrogatório e chegaram a detalhar algumas situações, mas Enzo permaneceu em silêncio.
Suspensão
Conforme explicação do juiz, com os interrogatórios, chegou ao fim a instrução processual e a colheita de provas do caso. Segundo ele, a próxima etapa seria a fase dos memoriais, ou seja, as alegações finais do réus. “Terminado o interrogatório, nós iríamos passar para a fase dos memoriais, entretanto, havia um pedido feito anteriormente pela defesa do réu Jeferson, no sentido de que ele fosse submetido ao exame de sanidade mental, que estava pendente. Portanto, entendi pelo deferimento e extensão aos outros envolvidos”, disse ele.
De acordo com Jesseir Alcântara, em razão da realização dos exames, o processo ficará suspenso por aproximadamente 90 dias. “Só depois da concretização dos exames e dos laudos que nós abriremos a oportunidade para as alegações finais. Aí então esse juízo vai decidir se os acusados vão ou não a julgamento pelo júri popular”, completou ele.
Ainda segundo o magistrado, os réus que falaram nos interrogatórios jogaram a responsabilidade do crime para a menor envolvida no caso.
Crime
O corpo da jovem foi encontrado em uma mata do Setor Jaó, coberto por pedras e entulho de obras, em 31 de agosto do ano passado. Antes disso, Ariane ficou sete dias desaparecida. No dia em que desapareceu, ela enviou um áudio para a mãe avisando que ia se encontrar com as amigas.
“As meninas me chamaram para comer lá no Jaó. Elas vão me buscar de carro, mãe. Aí eu vou, né? Vai pagar a comida, me buscar de carro e me deixar em casa, sou besta?”, disse a jovem, feliz por sair com amigos.
As investigações da Polícia Civil apontaram que os três suspeitos chamaram a vítima para lanchar dizendo que a buscariam em casa e a levariam de volta após o passeio.
No entanto, a corporação apurou que o grupo planejou o crime no dia anterior, tendo feito até uma lista de possíveis alvos e escolhendo Ariane por ela ser pequena e, teoricamente, fácil de segurar caso resistisse.