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Jornalista com bermuda de alfaiataria é proibida pelo GSI de entrar no Planalto

Profissional foi barrada no anexo que dá acesso à Vice-Presidência, no retorno do almoço. Ela precisou voltar para casa e trocar de roupa

atualizado

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Arquivo pessoal
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1 de 1 capa_jornalista - Foto: Arquivo pessoal

Dois agentes do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República (GSI), órgão responsável pela segurança do Palácio do Planalto, proibiram uma jornalista de voltar às dependências do prédio, na tarde desta segunda-feira (20/9), porque ela vestia uma bermuda de alfaiataria.

A profissional de imprensa já havia tido acesso às dependências da Presidência, por meio da entrada principal do prédio. Nesse primeiro acesso, a funcionária não foi questionada sobre sua vestimenta.

No horário do almoço, a jornalista deixou o prédio principal do Planalto e se dirigiu aos anexos, onde fica localizado o restaurante do complexo presidencial.

Para voltar ao prédio principal, porém, é necessário passar pela entrada que dá acesso ao anexo da Vice-Presidência. Foi quando os seguranças do GSI não permitiram a passagem da jornalista.

Uma norma interna da Presidência proíbe o uso de bonés e chapéus, por exemplo, e estabelece que “o traje e a indumentária complementar devem ser adequadas ao ambiente”. O texto, no entanto, não menciona a proibição de bermudas de alfaiataria.

“[É] proibido o uso de vestimentas inadequadas, assim consideradas aquelas que, tendo em vista o padrão médio de comportamento local, são incompatíveis ou não condizem com o respeito, o decoro e a austeridade da Administração Pública”, determina a norma, datada de 2018.

Após o constrangimento, a jornalista entrou em contato com o chefe de gabinete do GSI, que negociou a passagem e o retorno da jornalista ao comitê de imprensa. Para permanecer no local, no entanto, ela precisaria ir para casa e trocar de roupa.

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Um terceiro segurança do GSI foi acionado apenas para acompanhar a profissional de imprensa do anexo da Vice-Presidência ao comitê de imprensa, e se certificar de que a jornalista entraria no carro e seguiria para casa para trocar a vestimenta.

O Metrópoles entrou em contato com o Gabinete de Segurança Institucional. Não houve resposta até a última atualização desta reportagem.

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