metropoles.com

Iphan reconhecerá quilombos como patrimônios culturais nacionais

A portaria com os requisitos para o reconhecimento dos quilombos foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta segunda-feira (20/11)

atualizado

Compartilhar notícia

Joédson Alves/Agência Brasil
Imagem colorida mostra o presidente do Iphan, Leandro Grass, e a ministra da Cultura do Brasil, Margareth Menezes com a portaria que reconhece quilombos como patrimônios culturais do país - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra o presidente do Iphan, Leandro Grass, e a ministra da Cultura do Brasil, Margareth Menezes com a portaria que reconhece quilombos como patrimônios culturais do país - Metrópoles - Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) reconhecerá territórios, moradias e ritos tradicionais dos quilombos como patrimônios culturais nacionais. A portaria com os requisitos para o reconhecimento desses locais foi publicada no Diário Oficial da União (DOU), nesta segunda-feira (20/11), quando é celebrado o Dia da Consciência Negra.

Populações quilombolas do país esperam por essa medida há 35 anos. Isso porque, segundo o parágrafo quinto, do artigo 216 da Constituição Federal, a qual data de 1988, “ficam tombados todos os documentos e os sítios detentores de reminiscências históricas dos antigos quilombos”.

Em setembro, o Iphan também criou o Comitê Permanente para Preservação do Patrimônio Cultural de Matriz Africana (Copmaf), o qual cuidará do aprimoramento das diretrizes de preservação da cultura africana.

Apesar de haver previsão para o reconhecimento dos locais, somente o Quilombo do Ambrósio, em Minas Gerais, é tombado. Com a publicação da portaria, poderão ser legitimados sítios detentores de vestígios materiais de comunidades extintas e documentos de memória. Além disso, são visadas áreas ocupadas por grupos quilombolas, que remontam tradições e práticas ancestrais.

O tombamento pode ser solicitado por qualquer pessoa física ou empresa, mediante apresentação de pedido em alguma unidade do Iphan. É necessário apresentar também documento emitido pela Fundação Cultural Palmares, certidão de autodefinição das comunidades remanescentes de quilombos, relatório de identificação e delimitação territorial emitido ou aprovado pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

Antes de ser publicado, o texto da portaria passou por uma consulta pública de 45 dias. Nesse período, o Iphan coletou 240 manifestações. Na fase de formulação, a portaria ainda contou com apoio da Fundação Cultural Palmares, do Incra, além dos ministérios da Cultura, da Igualdade Racial, dos Direitos Humanos e Cidadania.

Passo importante

O presidente do Iphan, Leandro Grass, ressaltou que o tombamento das comunidades contribuirá com o acesso delas à educação e outras políticas públicas importantes. Além disso, o representante da autarquia falou sobre a importância de proteger a herança cultural presente no país. “O Iphan se compromete a endereçar formalmente a responsabilidade de retirar o componente cultural de matriz africana das notas de rodapé dos livros de história”, comentou.

Margareth Menezes, ministra da Cultura, também comemorou a iniciativa, a qual felicitou como um importante passo para a preservação da cultura quilombola. “Estamos construindo uma história nova com a participação da sociedade”, disse.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?

Notificações