metropoles.com

Interpol vai ouvir indígenas levados à Turquia por grupo islâmico

Polícia Federal acionou a Interpol para conseguir ouvir jovens indígenas levados para a Turquia

atualizado

Compartilhar notícia

Vinícius Schmidt/Metrópoles
Imagem colorida mostra Indígena estuda o Alcorão - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra Indígena estuda o Alcorão - Metrópoles - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

A Polícia Federal (PF) acionou a Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol) para poder colher o depoimento de jovens indígenas levados do Amazonas para a Turquia por uma organização islâmica.

Esta etapa da investigação foi repassada por Letícia Prado, delegada da PF do Amazonas, durante audiência na Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (10/5), sobre um grupo islâmico que leva crianças e adolescentes indígenas de São Gabriel da Cachoeira (AM). É a primeira vez que a investigadora fala publicamente sobre o caso.

5 imagens
Após certo tempo, com auxílio da organização, alguns indígenas emigram para a Turquia. Além de matricular os jovens indígenas em colégio público, a ASHAM oferece moradia, alimentação, aulas de turco e árabe e o estudo do Alcorão
Abdulhakim Tokdemir, turco e muçulmano, é o fundador e líder da Asham
Em frente a parede decorada com um quadro com elementos da Amazônia, Osvaldo esconde o rosto atrás de  um exemplar do Alcorão. O livro pertence ao filho Edney
Celular de Osvaldo com foto de seu filho, Edney Cabral, 19, que foi levado para a Turquia, após período de internato na Asham
1 de 5

Miguel Quirino: Bairro com mais crianças levadas por grupo islâmico

Vinícius Schmidt/Metrópoles
2 de 5

Após certo tempo, com auxílio da organização, alguns indígenas emigram para a Turquia. Além de matricular os jovens indígenas em colégio público, a ASHAM oferece moradia, alimentação, aulas de turco e árabe e o estudo do Alcorão

Vinícius Schmidt/Metrópoles
3 de 5

Abdulhakim Tokdemir, turco e muçulmano, é o fundador e líder da Asham

Vinícius Schmidt/Metrópoles
4 de 5

Em frente a parede decorada com um quadro com elementos da Amazônia, Osvaldo esconde o rosto atrás de um exemplar do Alcorão. O livro pertence ao filho Edney

Vinícius Schmidt/Metrópoles
5 de 5

Celular de Osvaldo com foto de seu filho, Edney Cabral, 19, que foi levado para a Turquia, após período de internato na Asham

Vinícius Schmidt/Metrópoles

O caso foi revelado pela reportagem especial do MetrópolesEm nome de Alá: grupo islâmico doutrina e leva indígenas do Amazonas para a Turquia“. Cinco jovens indígenas foram levados para a Turquia após serem retirados do interior do Amazonas quando eram adolescentes.

Durante a audiência, a delegada não deu detalhes da investigação devido ao sigilo, mas revelou que a Interpol já foi acionada para localizar os jovens levados para a Turquia.

“A escuta de nacionais brasileiros fora do país, ela ocorre de maneira formal, através da cooperação policial internacional. Levamos ao conhecimento da Interpol, a sede da PF em Brasília já tem conhecimento, e não estão evitando esforços no sentido de que nacionais brasileiros sejam contactados fora do país”, afirmou a delegada.

Proselitismo religioso

Letícia Prado lembrou que o proselitismo religioso, independentemente da religião, não é crime, como já foi definido pelo Supremo Tribunal Federal (STF). No entanto, a PF investiga o funcionamento da organização dentro e fora do país para entender a motivação do grupo.

Uma primeira pré-investigação da PF havia sido enterrada em março de 2022, pois o delegado na época entendeu que não havia transnacionalidade no caso. Na audiência na Câmara, Letícia Prado disse que não ia comentar a pré-investigação anterior, mas que ao contrário do primeiro delegado, ela entende que há transnacionalidade.

Em 28 de fevereiro de 2023, a PF fez uma ação junto aos conselhos tutelares de Manaus para resgate de 14 adolescentes e uma criança que estavam alojadas de forma precária e irregular na sede dessa instituição na capital amazonense. Dezenas de crianças e adolescentes indígenas já passaram pela instituição.

Em nome de Alá: grupo islâmico doutrina e leva indígenas do Amazonas para a Turquia

O local não tinha cadastro para funcionar como alojamento, os alunos estavam comendo carne vencida, faltava limpeza, não havia documentação da guarda das crianças e dos adolescentes.

Essa ação das PF e conselhos tutelares aconteceu após articulação da Fundação Nacional dos Indígenas (Funai) com o Ministério dos Direitos Humanos (MDH), que provocou as autoridades do Amazonas.

A reportagem especial do Metrópoles revelou que uma organização turca intitulada Associação Solidária Humanitária do Amazonas (Asham) leva crianças e adolescentes indígenas de São Gabriel da Cachoeira (AM), maior cidade indígena do Brasil, na fronteira com a Colômbia.

Os adolescentes e as crianças são inicialmente enviados para Manaus, onde aprendem árabe, turco, lições do alcorão e a religião muçulmana. Em seguida, eles seguem para São Paulo e, por fim, quando completam 18 anos, vão para as cidades de Kutahya e Tarsus, em território turco.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?