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Haddad ainda vê “muitos obstáculos a serem vencidos” junto ao mercado

Ministro da Fazenda concedeu entrevista ao Metrópoles nesta quarta-feira (26/7), para o quadro Metrópoles Entrevista

atualizado

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Vinícius Schmidt/Metrópoles
Ministro da Economia, Fernando Haddad, é entrevistado no estúdio do Metrópoles
1 de 1 Ministro da Economia, Fernando Haddad, é entrevistado no estúdio do Metrópoles - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou em entrevista ao Metrópoles que sua relação com o chamado mercado melhorou bastante, mas ainda vê “muitos obstáculos” a serem vencidos.

Assista à entrevista:

“O mercado, por definição, se sobressalta às vezes. É da natureza do mercado operar por sobressalto”, destacou. “O mercado é sempre uma coisa que você tem que saber conduzir, porque não existe um mercado. São pessoas que estão nas mesas de operação, seguindo seus valores, visão de mundo, o que elas entendem que é o rumo correto.”

“É muito difícil avaliar de uma semana para outra a atuação de uma pessoa. Hoje, já temos seis meses. Está tudo resolvido? Não, estamos longe. Tem muita coisa que inspira cuidado. Eu sou uma pessoa otimista, mas eu sei que tem muitos obstáculos a serem vencidos. Não será tarefa fácil recolocar o Brasil em uma trilha de desenvolvimento sustentável.”

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Taxa Selic

O ministro voltou a afirmar que o governo não mede esforços para derrubar a taxa básica de juros, a Selic. Mas voltou a citar o Banco Central, na pessoa de Roberto Campos Neto, como “um pressuposto”. Haddad ressaltou que uma queda dos juros de 0,5%, na próxima reunião do Conselho de Política Monetária (Copom), é o que o mercado espera.

“A inflação dos últimos 12 meses está abaixo de 3,2%. Isso com toda a reoneração de combustiveis”, observou. “As projeções de final do ano estão todas em menos de 5%, quando no começo do ano estavam todas acima de 6%. Caiu mais de um ponto percentual a inflacão projetada para esse ano. Ou seja: você vai manter os juros na casa dos 10% em termos reais?”.

O ministro calculou que seriam necessárias oito reuniões do Copom para o Brasil chegar na segunda maior taxa de juros do mundo, que é a do México. “Então, às vezes fica parecendo uma coisa pessoal. O Haddad quer, o Haddad está torcendo. Não é isso. Eu estou falando de dados objetivos. Não trabalho com outra coisa que não sejam dados objetivos”.

Surpresa para o mundo

O titular da Fazenda disse que não trabalha com base em hipóteses, mas ressaltou que, se a taxa de juros não cair na próxima reunião do Copom, será uma surpresa para o mundo. “Não vai surpreender o Brasil, vai surpreender o mundo. Um país que está com a inflação menor do que a americana, menor do que a europeia, praticar uma politica monetária dessa, assim, qual é o objetivo disso?”.

Haddad voltou a centrar fogo no Banco Central. Para ele, a instituição financeira atrapalha o trabalho que a Fazenda faz. “A gente está remando na direção do equilíbrio e a política monetária rema na direção do desiquilíbrio. Essas coisas têm que se ajustar, e eu não estou falando nenhuma novidade. Hoje, os principais macroeconomistas do mundo trabalham com essa visão. A visão de que são dois braços do mesmo organismo”, concluiu.

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