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Grupo usou nome da AstraZeneca para tentar vender vacinas à Saúde

Suspeitos ofereceram 200 milhões de doses do imunizante contra a Covid-19 ao governo federal em nome de um consórcio farmacêutico

atualizado

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Joaquin Gomez Sastre/NurPhoto via Getty Images
Vacina AstraZeneca
1 de 1 Vacina AstraZeneca - Foto: Joaquin Gomez Sastre/NurPhoto via Getty Images

A Polícia Federal (PF) fez, nesta quinta-feira (25/3), a Operação Taipan para investigar um grupo que supostamente ofereceu 200 milhões de doses da vacina contra a Covid-19 ao governo federal em nome de um consórcio farmacêutico. Um empresário usou um documento falso de exclusividade com a farmacêutica AstraZeneca para tentar vender as doses ao Ministério da Saúde, segundo a investigação.

De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, Christian Faria se apresentou ao ministério em janeiro deste ano por meio de um e-mail em que dizia ter exclusividade da empresa inglesa para vender as vacinas.

Christian é um dos investigados na operação, que busca um grupo suspeito de oferecer, de forma fraudulenta, vacinas ao governo federal, governos estaduais e prefeituras. Foram cumpridos mandados de busca e apreensão em Paracatu (MG) e Vila Velha (ES).

Após o primeiro contato com a pasta, Faria também enviou ao secretário-executivo da Saúde, Élcio Franco, uma mensagem de celular com a oferta. As conversas resultaram em uma reunião realizada em 23 de fevereiro. De acordo com a PF, antes do encontro, a pasta procurou a AstraZeneca, que negou a existência de contrato com a empresa de Faria, chamada Biomedic.

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O empresário foi confrontado com a informação durante a reunião no ministério, confirmou não possuir contrato com a AstraZeneca, mas indicou um amigo, também presente na reunião, cuja empresa teria a tal exclusividade para comercialização da vacina.

O amigo apresentado por Christian apresentou um modelo de carta de intenções, que deveria ser assinado pelo então ministro Eduardo Pazuello, agora substituído pelo médico cardiologista Marcelo Queiroga. O documento teria passado na mão de dois governadores também, apontam investigadores.

A operação

As investigações tiveram início após denúncia do Ministério da Saúde. Ao menos dois suspeitos teriam se apresentado com credenciais falsas e disseram ter exclusividade para a comercialização do lote com os imunizantes. O grupo usava um grupo de WhatsApp com o nome de Vacina Covid.

O grupo pode responder pelos crimes de associação criminosa, estelionato em face de entidade pública, falsificação de documento particular e de produto destinado a fins medicinais.

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