Goiânia – A acelerada disseminação do coronavírus tem aumentado a sobrecarga no sistema de saúde em Goiás. O estado registra, nesta quarta-feira (17/3), lotação em unidades de terapia intensiva (UTIs) de 24 dos 32 hospitais que disponibilizam esses leitos para pacientes mais graves por causa de complicações da Covid-19.
A maioria dos oito hospitais restantes têm apenas uma vaga de UTI disponível, enquanto o estado se aproxima da marca de 10 mil mortos pela doença.

Problema ocorreu em hospitais da rede pública e também na particularVinícius Schmidt/Metrópoles

Estado de Goiás viveu o colapso do sistema de saúde em março e abril, nas redes pública e privadaVinícius Schmidt/Metrópoles

Hospitais de Goiás registraram desabastecimento de insumos básicos, como seringas, relaxantes musculares e medicamentos, devido à pandemiaVinícius Schmidt/Metrópoles

Internação de paciente com Covid em GoiâniaVinícius Schmidt/Metrópoles

Pacientes em estado grave e que precisariam de UTI chegaram a ser sedados até nas emergências, diante da falta de vagas para tratamento intensivoVinícius Schmidt/Metrópoles

Profissionais de saúde atuam em UTI Covid em GoiâniaVinícius Schmidt/Metrópoles

Paciente interno em UTI Covid em GoiásVinícius Schmidt/Metrópoles

A fila de espera por leitos de UTI da Covid-19 já foi significativa em GoiásVinícius Schmidt/Metrópoles

Paciente com Covid internado em GoiâniaVinícius Schmidt/Metrópoles

Organização da sala de espera para evitar contato próximo entre as pessoas que chegam com suspeita de Covid-19, no Hospital Santa Bárbara, em GoiâniaVinícius Schmidt/Metrópoles

Paciente internado em GoiâniaFoto ilustrativa: Vinícius Schmidt/Metrópoles

Paciente com Covid enfrenta fila por vaga em leitos especializados em GoiâniaVinícius Schmidt/Metrópoles

HCAMP de Goiânia é uma das unidades de referência no tratamento a pacientes com CovidVinícius Schmidt/Metrópoles

Paciente com Covid-19 chega para ser atendido em GoiâniaVinícius Schmidt/Metrópoles

Taxa de ocupação de leitos destinados para Covid continua altaVinícius Schmidt/Metrópoles

Governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), diz que não dá para esperar apenas pelo envio de insumos da China para a produção de vacinas e é preciso buscar outras alternativasVinícius Schmidt/Metrópoles

Novos leitos de UTI são abertos regularmente em Goiás, como em Senador Canedo. Mas não tem sido suficienteVinícius Schmidt/Metrópoles
Alerta continua
Os dados constam de relatório divulgado pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO), nesta quarta, com base em informações das secretarias estadual e municipal de Saúde. Em todo o estado, segundo levantamento oficial, a taxa de ocupação de leitos de UTI está em 97,35%, mantendo o alerta do mês passado. Estão disponíveis apenas 14 dos 529 leitos em funcionamento.
O Metrópoles mostrou que, apesar de monitoramento oficial não registrar lotação em todos os hospitais, 336 pessoas em estado grave aguardam por liberação de vaga em UTI para Covid e outras 237 esperam por um leito de enfermaria. Nela, ficam pessoas com quadro mais estável, mas que necessitam de acompanhamento médico.
Enfermarias sufocadas
A maioria das enfermarias está sobrecarregada, em Goiás. O levantamento do MPGO mostra que 9 (39%) das 23 com leitos para Covid estão totalmente lotadas. Outras 6 estão com mais de 90% das vagas ocupadas, nesta quarta. A taxa estadual de ocupação de enfermaria está em 88,4%.
O caos nos hospitais continua mesmo com o constante aumento de leitos. No último sábado, por exemplo, o Hospital Regional do Centro-Norte Goiano, em Uruaçu, a 307 quilômetros de Goiânia, foi entregue à população com 186 leitos (68 de UTI e 118 de enfermaria). Veja vídeo, a seguir.
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No entanto, nem depois da inauguração mais recente do hospital de campanha no estado, as taxas de ocupação de leitos foram reduzidas. O portal mostrou casos de pacientes com planos de saúde que não conseguiram vagas na rede privada. Em uma semana, outros seis morreram na fila por vaga de UTI, em Inhumas, na região metropolitana.
Rede privada abarrotada
O presidente da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg), que reúne 33 unidades de saúde, Haikal Helou, voltou a dizer ao portal que todos os leitos da rede particular continuam ocupados.
A Secretaria Estadual de Saúde de Goiás (SESGO) informou que nenhuma pessoa está sem atendimento. Segundo a pasta, mesmo à espera de liberação por vagas, todos os pacientes recebem assistência em leitos que não são exclusivos para coronavírus nas unidades de origem do pedido até que sejam transferidas para hospitais dedicados a casos confirmados de Covid-19.
Casos em Goiás
Em Goiás, de acordo com monitoramento oficial, já foram registrados 440.870 casos de Covid-19, com 9.807 mortes.
Outros 255 óbitos estão em investigação. A taxa de letalidade da doença subiu para 2,22%.
Nas redes sociais, o estado continua reforçando campanha para que as pessoas cumpram o distanciamento social e sigam demais regras das autoridades sanitárias contra a Covid.
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