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GO: Mulher com doença da “urina preta” completa duas semanas em UTI

Kelly Silva, de 27 anos, começou a sentir sintomas menos de 24 horas após comer comida japonesa. “Fraqueza muito grande”, diz a mãe dela

atualizado

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Arquivo Pessoal
kelly silva, mulher diagnosticada com a doença da urina preta em goiás, goianésia
1 de 1 kelly silva, mulher diagnosticada com a doença da urina preta em goiás, goianésia - Foto: Arquivo Pessoal

Goiânia – A jovem Kelly Silva, de 27 anos, está há duas semanas na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital de Goiânia, lutando contra os sintomas da Síndrome de Haff, conhecida como “doença da urina preta”. Ela foi diagnosticada, segundo familiares, após ingerir comida japonesa em um restaurante de Goianésia, cidade da região central de Goiás, e onde ela vive com a família.

No dia 23/6, Kelly foi com uma prima a um restaurante local e pediram um prato que já era conhecido das duas. Menos de 24 horas depois, a jovem começou a sentir sintomas gastrointestinais que, logo, evoluíram para a mudança de coloração da urina e perda total da força muscular.

Os médicos acreditam que os sintomas possam ter ligação com o produto ingerido por ela, pois a doença da urina preta é relacionada à ingestão de pescados contaminados. Kelly precisou ser carregada até o hospital. De acordo com os pais da jovem, Nivaldo Carlos Silva e Maria da Conceição, ela já não conseguia mover os pés e as mãos, tampouco erguer a cabeça.

Os sintomas se manifestaram no dia 24/6. Em primeiro momento, ela ficou em casa, mas, com o agravamento do quadro, Kelly foi levada às pressas até o Hospital Municipal Irmã Fanny, em Goianésia, no dia 26/6. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, ela chegou com os seguintes sintomas: perda da força muscular, dor no corpo, cianose de extremidades e urina com a coloração escura.

Em nota divulgada nesta segunda-feira (12/7), o órgão de Saúde relata que ela foi, imediatamente, transferida para uma UTI, em Goiânia, onde permanece internada, até então. Segundo o pai de Kelly, ela passa por sessões diárias de hemodiálise para auxiliar os rins, que não estão respondendo de forma adequada.

A maneira como os sintomas se manifestaram na jovem assustou a família. “É uma fraqueza muito grande”, diz a mãe. Os pais estão em Goiânia, desde o início da internação, acompanhando de perto a evolução do quadro de saúde da filha.

Cuidados específicos

A Secretaria de Saúde de Goianésia informou, em nota, que o estado de saúde da jovem era estável até a manhã desta segunda-feira, mas ainda requer cuidados específicos. Kelly está respondendo ao tratamento, segundo a família. A identificação do caso na cidade alertou os departamentos de Vigilância em Saúde e Vigilância Sanitária.

Um comunicado oficial foi emitido, assim que o diagnóstico dela saiu. A intenção, além de identificar com rapidez possíveis novos casos, é orientar as instituições hospitalares a respeito dos sintomas relacionados à doença. Até o momento, não houve outro registro da doença da urina preta em Goianésia.

“A Secretaria Municipal de Saúde orienta a população que em caso de dúvidas sobre a doença, bem como, os seus sintomas, é importante procurar a Vigilância em Saúde, por meio do telefone (62) 98325-7918, ou procurar uma unidade hospitalar”, diz o texto da nota.

Veja o comunicado oficial desta segunda-feira:

Síndrome de Haff

A doença de Haff está associada à ingestão de crustáceos e pescados, e o principal sintoma é o escurecimento da urina. A síndrome pode evoluir rapidamente: os primeiros sintomas surgem entre 2h e 24h, após o consumo de peixe, e causa, principalmente, a ruptura das células musculares.

Além da urina preta, entre os principais sinais da doença, estão a dor e rigidez muscular, dormência, perda de força e falta de ar. A hipótese mais aceita é que a enfermidade seja causada por alguma toxina biológica termoestável (ou seja, que não é destruída pelo processo normal de cozedura) presente em peixes de água doce e crustáceos.

A substância não altera o sabor ou a cor do alimento, o que facilita a contaminação. Alguns frutos do mar que foram consumidos por pacientes diagnosticados com a síndrome incluem espécies como o tambaqui, pacu-manteiga, pirapitinga e lagostim.

É importante que a doença seja identificada e tratada rapidamente, pois pode trazer complicações graves para o paciente, como insuficiência renal, falência múltipla de órgãos e óbito.

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