Ganhador da Mega ficou ao menos 20h nas mãos de assassinos em SP
Ex-sócios são ouvidos pela Polícia Civil. Homem foi encontrado com sinais de espancamento em estrada de Hortolândia (SP)
atualizado
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Em mais uma etapa das investigações sobre a morte de Jonas Lucas Alves Dias, ganhador de R$ 47,1 milhões na Mega-Sena, a Polícia Civil de São Paulo ouviu dois ex-sócios da vítima. A informação foi divulgada pela delegada Juliana Ricci, em coletiva de imprensa na tarde de quinta-feira (16/9).
Segundo ela, Jonas teria ficado cerca de 20 horas sob o poder dos criminosos.

Jonas mantinha hábitos simples e morava na mesma casa, mesmo após se tornar milionário Reprodução de TV

Caso é investigado pela Delegacia de Hortolândia, com apoio do Deic de Piracicaba Reprodução de TV

Loteria onde Jonas ganhou prêmio de R$ 47,1 milhões da Mega-Sena Reprodução de TV

Jonas foi encontrado na alça da Rodovia SO 348, na altura do Jardim São Pedro, com ferimentos Reprodução de TV

Jonas Lucas Alves Dias, ganhador da Mega-Sena, foi espancado e morto em Hortolândia, no interior de São Paulo Reprodução/Facebook

Ganhador da Mega morto em SP Reprodução/Redes sociais
Jonas foi encontrado com sinais de espancamento em uma estrada de Hortolândia (SP), na quarta-feira (14/9). Ele chegou a ser encaminhado a um hospital, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. De acordo com a delegada, que atua na Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic) de Piracicaba, o prêmio da loteria foi a motivação do crime.
Juliana explicou que, após ganhar do dinheiro, Jonas abriu uma empresa com dois sócios. Em março, ele saiu da sociedade. A polícia ouviu os empresários para entender como era a rotina da vítima.
“Quando ele ganhou na Mega-Sena, eles teriam constituído essa empresa. Ele e mais dois amigos. Mas desde o início do ano, mas especificamente em março, ele já não estaria mais trabalhando na empresa. Ele não tinha filhos, não tinha esposa. É uma pessoa que o núcleo familiar dele é feito por amigos. Por isso ouvimos os sócios, para que trouxessem quais eram as relações da vítima”, explicou a delegada.
Bandidos sabiam da rotina da vítima
De acordo com a investigadora, os criminosos conheciam a rotina da vítima e as condições financeiras do vencedor da Mega-Sena. No entanto, ainda não é possível afirmar se o crime foi praticado por uma quadrilha organizada.
“Não foi uma coisa casual. A gente trabalha com essa linha de não ter sido uma situação casual. Sabiam quem era ele, sabiam a rotina dele e sabiam que ele tinha uma condição financeira muito privilegiada. Agora, falar que foi uma quadrilha, não posso falar”, concluiu.

Marcello Casal Jr./Agência Brasil

Em novembro de 2021, Altair Igreja, vencedor da Mega em 2001, teve a prisão decretada pela Justiça de Santa Catarina após atrasar a pensão alimentícia da filha. A dívida somava R$ 160 mil Divulgação

Altair Igreja teve que dividir a bolada de R$ 27 milhões com um funcionário após batalha judicial que durou 7 anos. O trabalhador alegava ter indicado os números vencedores para o patrão Agência Brasil

Uma costureira de São Paulo perdeu a metade do prêmio de R$ 162,2 milhões da Mega da Virada 2020 por não ter resgatado a bolada no prazo limite de 90 dias. A Justiça determinou que o dinheiro fosse repassado ao Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) Agência Brasil

Miguel Ferreira foi morto em 2018, 7 anos após ganhar R$ 39 milhões na Mega. Ele se mudou de São Paulo para o Ceará, em busca de uma vida mais tranquila. O principal suspeito foi encontrado morto em 2020 Reprodução/Facebook

Em 2010, um grupo de 40 pessoas do Rio Grande do Sul acreditava ter ganhado uma bolada de R$ 53 milhões na Mega. Porém, as cotas do bolão nunca foram registradas. Eles entraram na Justiça, mas a indenização por danos morais foi negada Agência Brasil

Francisco Serafim foi acusado, em 2010, de planejar a morte do próprio filho. A vítima ganhou R$ 29 milhões na Mega, em 2006, e teria dado o dinheiro para o pai administrá-lo. Dois anos depois, recusou-se a devolvê-lo. Os dois acabaram fazendo um acordo na Justiça Reprodução/TV Globo

Em 2007, Altair Aparecido era recém-milionário da Mega quando foi morto durante um assalto em São Paulo. A vítima tinha rachado prêmio de R$ 16 milhões em bolão com outros 15 amigos Agência Brasil

Um carioca ganhou R$ 100 milhões na Mega e confiou no amigo para ajudá-lo a administrar a quantia, em 2017. Dois anos depois, André Luiz Lobo foi apontado como autor do desvio de dinheiro e bens do milionário. O caso foi parar na Justiça Reprodução/TV Globo

Cerca de 4 meses após retirar prêmio de R$ 1,4 milhão, um casal desapareceu em Mato Grosso, em 2010. Raimundo Nonato e Liliane Gois foram assassinados. Os suspeitos teriam obrigado os dois a revelar a senha da conta do banco Agência Brasil

Em 2021, um grupo de pessoas foi condenado à prisão por forjar, com a ajuda de um gerente da CEF, um bilhete premiado da Mega-Sena no Tocantins. A bolada foi de R$ 73 milhões na época, em 2013 Agência Brasil

Renné Senna ganhou a Mega em 2005. Dois anos depois, acabou morto no Rio de Janeiro e a viúva foi considerada a principal suspeita. Em novembro de 2021, a Justiça determinou que metade do prêmio, de R$ 43 milhões, fosse entregue para a filha da vítima Divulgação

Um casal do Rio Grande do Sul recorreu à Justiça, sem sucesso, para tentar levar o prêmio de R$ 29 milhões da Mega em 2014. Disseram ter deixado o bilhete cair na máquina de lavar, o que teria danificado o papel Agência Brasil

O agricultor Osmar Malavazi entrou na Justiça em 2019 para reaver o prêmio de R$ 290 milhões. Segundo o homem, os números escolhidos não foram registrados pela lotérica. A atendente teria feito dois registros repetidos e deixado de fora o terceiro bilhete sorteado Reprodução/Umuarama News
Entenda o caso
Familiares de Jonas informaram que o homem saiu para caminhar na terça-feira (13/9) e não voltou. Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP) de São Paulo, Jonas foi encontrado na alça da Rodovia SO 348, na altura do Jardim São Pedro, com ferimentos.
O caso foi registrado como extorsão seguida de morte e é investigado pela Delegacia de Hortolândia, com apoio do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) de Piracicaba.
Jonas teve R$ 20 mil roubados da conta e o cartão de débito levado pelos suspeitos. Os criminosos também teriam tentado sacar R$ 3 milhões da conta bancária de Jonas, sem sucesso.