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Filmou a própria morte: suspeito é indiciado por feminicídio em GO

Segundo a PCGO, o suspeito apresentava histórico de violência doméstica e há indícios de premeditação do feminicídio

atualizado

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Imagem colorida de Diego Fonseca Borgeso, que matou a namorada Ielly Gabriele feminicídio
1 de 1 Imagem colorida de Diego Fonseca Borgeso, que matou a namorada Ielly Gabriele feminicídio - Foto: Reprodução

Goiânia – Após a conclusão do inquérito sobre a morte de Ielly Gabriele Alves, de 23 anos, o ex-namorado dela, o jovem Diego Fonseca Borges, de 27 anos, foi indiciado por feminicídio. A vítima filmou a própria morte.

De acordo com o delegado Thiago Saad, que investiga o caso, inicialmente, Diego havia sido preso em flagrante por homicídio. Entretanto, houve a mudança de tipificação do crime, em razão dos indícios de que ele premeditou o crime, e em razão do histórico de violência doméstica contra a vítima.

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Escalada da violência

Em coletiva de imprensa realizada na manhã desta sexta-feira (10/11), Saad afirmou que a violência doméstica foi a escada para a morte de Ielly. “As mulheres precisam se atentar para essa escalada da violência, para impedir essa progressão [até o feminicídio]. Também há o ciclo da violência, em que há a tensão, as agressões e a fase da lua de mel. Pelo áudio do vídeo é possível ver que ela acreditava que estava tudo bem”, disse ele.

Conforme o delegado, a vítima já havia sido agredida e ameaçada pelo autor do crime. Imagens mostram a jovem com hematomas, além de prints em conversas com as amigas, onde ela relatou as agressões. A primeira delas aconteceu em outubro do ano passado. Uma das imagens aponta que Diego ameaçou usar a arma que comprou com a vítima.

Thiago Saad informou ainda que Ielly chegou a acionar a Polícia Militar de Goiás em algum momento, no entanto, quando os policiais chegaram na casa dela, a jovem informou que estava tudo bem.

Crime premeditado

Para a PCGO, Diego premeditou o feminicídio. De acordo com o investigador, o casal que ficou junto por um ano e sete meses, e que chegou a morar junto, estava separado há 10 dias, o que deixou o autor inconformado. Ielly havia voltado a morar com a avó.

No dia do crime, Diego foi até a casa da avó de Ielly, mas a jovem não estava no local. Ele esperou pela vítima dentro do quarto dela, almoçou com os familiares dela e a convidou para um passeio.

Conforme a explicação do delegado, ainda durante o almoço, Ielly teria comentado que Diego havia comprado uma arma e o agressor puxou o cabelo dela, na presença dos familiares, e afirmou que “ela estava sabendo demais”.

Após o almoço, Diego chamou Ielly para ir até o rancho de um tio. No local, os dois teriam efetuado disparos de arma de fogo, cerca de três tiros, cada um. Na sequência, ele parou em uma estrada erma para urinar, momento em que o crime aconteceu.

Em depoimento, Diego disse que chegou a dar outros disparos para o alto antes de atingir Ielly. Segundo o delegado, ele disse que tirou o carregador da arma e apontou para a vítima, acreditando que eles estava sem munição.

Saad relatou ainda que a arma, uma pistola, não foi encontrada até o momento. O jovem teria comprado a arma por R$ 7 mil e não tinha registro.

Veja o vídeo dos machucados deixados pelo suspeito de feminícidio na vítima:

 

Situação armada

Ielly foi levada ao hospital pelo próprio autor do feminicídio. Segundo o delegado,a jovem morreu cerca de 10 minutos após dar entrada na unidade de saúde.

No hospital, Diego apresentou uma versão inventada por ele de que o casal teria sido abordado por uma dupla. No entanto, após apresentar inconsistências, a Polícia Militar suspeitou do jovem. Ainda de acordo com o delegado, além de fingir preocupação com a situação e pedir Justiça, se solidarizar com a família, Diego pediu para um primo pegar o celular de Ielly no carro, o que chamou a atenção da tia da jovem, que já havia presenciado uma situação de violência contra a sobrinha no mesmo dia.

Foi essa tia quem apresentou o celular da vítima na delegacia e descobriu o vídeo que registrou o crime.

Histórico de violência antes do feminicídio

Diego tem um histórico de violência doméstica. Há registros de agressões contra a ex-companheira dele, que, inclusive, tem uma medida protetiva contra o rapaz.

Segundo o delegado, Diego “é um rapaz muito manipulador”.

Ainda de acordo com o delegado, o jovem pretendia seguir com a história que ele mesmo inventou. O autor só confessou o crime, após a descoberta do vídeo, no entanto, ele alegou que não sabia que a arma estava municiada.

O caso

O caso de feminicídio ocorreu no último sábado (4/11), numa plantação de soja próximo ao Assentamento Guadalupe, em Jataí (GO). No vídeo é possível ver o instante em que a Ielly é morta.

Num primeiro momento, ela está conversando em tom descontraído com o ex-companheiro, quando ele aponta uma pistola calibre 380 para ela. A arma dispara e atinge a jovem.

A vítima chegou a ser encaminhada pelo ex-namorado ao hospital. Ela foi atingida no tórax, mas não resistiu. O corpo de Ielly foi velado e sepultado no último domingo (5/11), na região de Jataí.

Diego inventou uma história para a Polícia Militar de Goiás, que foi acionada para atender a ocorrência. De acordo com a corporação, ao ser questionado, o rapaz disse que o casal havia sido abordado por uma dupla em uma moto, e a jovem havia sido baleada pelo garupa do veículo. Mas ela gravou a própria morte.

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