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Filho de petista morto diz que “estão fazendo campanha” sobre o caso

Em entrevista, Leonardo Miranda de Arruda demonstrou preocupação com a postura de pessoas ligadas ao presidente Jair Bolsonaro

atualizado

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Reprodução/redes sociais
Guarda municipal Marcelo Arruda, morto em confusão em festa de aniversário com tema do PT
1 de 1 Guarda municipal Marcelo Arruda, morto em confusão em festa de aniversário com tema do PT - Foto: Reprodução/redes sociais

O filho de Marcelo Arruda, tesoureiro do PT morto a tiros no último sábado (9/7), Leonardo Miranda de Arruda falou sobre a ligação do presidente Jair Bolsonaro (PL) a familiares em uma entrevista para a GloboNews. Nessa terça-feira (12/7), o chefe do Executivo falou com os irmãos do petista por intermédio do deputado Otoni de Paula, do MDB do Rio de Janeiro.

Leonardo afirmou que, ao contrário dos tios, não recebeu nenhum contato de Bolsonaro, nem familiares próximos. “A principio era para ser algo mais sigiloso e acabou se espalhando em um proporção muita rápida”, disse.

O filho do petista assassinado demonstrou preocupação sobre a exploração do caso como ferramenta política. “Se falou muito em polarização política, mas tem muitas pessoas ligadas ao presidente que estão fazendo campanha através disso”, lamentou.

“No fim das contas, a gente só quer paz. A gente só quer que esse ódio todo acabe, só quer justiça pelo meu pai”, pediu Leonardo.

Ligação

Durante ligação aos irmãos de Arruda, Bolsonaro afirmou que a esquerda está tentando colocar a culpa do assassinato em seu colo e convidou a família para uma coletiva de imprensa nesta quinta-feira (15/7).

Os irmãos de Arruda, que são apoiadores do presidente, não deixaram claro se irão aceitar o convite, mas afirmaram a Bolsonaro que não querem que o caso seja explorado politicamente.

“A ideia é ter uma coletiva com a imprensa para vocês falarem a verdade, não é a esquerda ou a direita. A imprensa está tentando desgastar o meu governo”, disse o presidente para a família.

Veja o momento:

A policial civil Pâmela Suellen Silva, esposa do tesoureiro do PT, afirmou que vê tentativa de uso político da tragédia pelo presidente. Ela contou que soube da ligação do presidente aos irmãos de seu marido somente quando recebeu um vídeo da conversa.

“Acredito que Bolsonaro está preocupado com a repercussão política, porque, tanto no vídeo que fez no cercadinho, como no que conversa com os irmãos do Marcelo, Bolsonaro diz que estão tentando colocar a culpa nele”, afirmou Pâmela à coluna da jornalista Bela Megale.

A policial também disse que não foi convidada e não recebeu nenhum contato de Bolsonaro ou do governo lhe prestando solidariedade.

“Ele [Bolsonaro] os procurou porque esses dois irmãos são apoiadores do Bolsonaro, das ideias de direita. Sempre havia essa debates entre eles, mas eles se respeitavam e cada um seguia sua vida”, relatou.

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