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Escola ataca estampas de unicórnio, arco-íris e caveira: “Antifamília”

Cartilha de escola particular de Minas Gerais foi enviada aos pais com “alertas” sobre escolhas de estampa do material escolar dos alunos

atualizado

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Escola alerta contra estampas de unicórnio por representarem pessoas não-binárias
1 de 1 Escola alerta contra estampas de unicórnio por representarem pessoas não-binárias - Foto: Reprodução

A escola particular Recanto do Espírito Santo, em Itaúna (MG), divulgou, no último 12 de janeiro, uma cartilha que alertava pais e responsáveis sobre materiais escolares que tenham “ideologias antifamília”. Entre os símbolos exemplificados no documento, estão a bandeira LGBTQIA+, imagens de Che Guevara, de unicórnios e caveiras.

“Você já pensou que a escolha dos itens escolares também faz parte da formação das crianças? Antes de escolher, faça a si mesmo algumas perguntas: Qual o significado desta estampa? O que ela representa para meus filhos?”, diz a cartilha assinada pela direção da instituição.

O documento traz, então, a foto de Che Guevara ao lado de uma bandeira do movimento anarquista e uma caveira. “Os cadernos e camisetas com caveiras (cultura de morte), foice e martelo e com o rosto de Che Guevara (grande assassino e revolucionário comunista), estão na moda há décadas. Mas hoje vejo também outros riscos”, continua o texto.

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Na segunda página do comunicado, o colégio diz que “ideologias anti-família (sic) têm feito de tudo para se instalar em nosso meio”. “O arco-íris que é um símbolo de aliança de Deus com seu povo foi raptado pela militância LGBT, que o utiliza em suas bandeiras que têm, atualmente, seis cores: vermelho, laranja, amarelo, verde, anil e violeta”, segue o comunicado.

A escola chega a afirmar que a figura do unicórnio é perigosa por representar pessoas não binárias. “Ou seja, não se enquadra em nada e vive totalmente sem padrões. Resumindo, é mais um símbolo contrário à lei natural, contrário aos planos de Deus”, diz. O exemplo dado é do Shake Unicórnio, lançado pelo Burger King em comemoração ao dia da parada gay.

Metrópoles tentou entrar em contato com o colégio pelos cinco números de telefone disponíveis no site, mas não obteve resposta até o fechamento desta reportagem.

Polêmica anterior

No ano passado, a escola também foi alvo de polêmica ao fazer uma publicação culpando vítimas de estupro. “Quando a mulher decide expor partes do corpo que deveriam estar cobertas, se torna uma sedutora, partilhando assim a culpa do homem. De fato, os teólogos ensinam que o pecado da sedutora é muito maior que o da pessoa seduzida”, escreveu o colégio.

Após a repercussão negativa, a mensagem foi excluída e a instituição afirmou que “foi uma postagem indevida”. “Apesar de concordarmos com a modéstia no vestir, o texto em questão deixou margem para interpretações que não são as do colégio”, se defendeu.

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