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Entenda como feriados prolongados interferem nas curvas da Covid-19

Com a aproximação dos recessos de Natal e Ano-Novo e a possibilidade de uma segunda onda de Covid-19, as aglomerações voltam a preocupar

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movimento nas praias do Rio RJ aglomeracao pandemia coronavirus
1 de 1 movimento nas praias do Rio RJ aglomeracao pandemia coronavirus - Foto: Getty Images

Com a aproximação dos feriados de Natal e Ano-Novo e a possibilidade de uma segunda onda de Covid-19 — a exemplo do que tem acontecido na Europa e nos Estados Unidos –, as aglomerações voltam a preocupar. Ainda mais se os índices da doença seguirem a tendência das outras datas comemorativas.

Por aqui, a influência dos feriados nas curvas de morte e de contágio é bem clara: queda imediata na média móvel e crescimento acentuado nos dias subsequentes. Para explicar, o (M)Dados, núcleo de jornalismo de dados do Metrópoles, apelou para os números e até para o desenho.

Veja gráficos:

No gráfico, por exemplo, depois do aumento diário nos meses iniciais da chegada do vírus no Brasil, é possível ver que os primeiros dias com quedas consecutivas na média móvel de óbitos aconteceram logo após o feriado de Corpus Christi, em 11 de junho, em uma quinta-feira, depois de uma semana contabilizando mais de mil mortos a cada 24 horas.

Já em 12 de junho, o Brasil passou para 971 e seguiu nessa média até 18 do mesmo mês. Mais 5 dias, o país vivenciaria um pico de 1.057 óbitos.

A queda brusca seguida de um boom também aconteceu nos feriados da Independência do Brasil, de Nossa Senhora Aparecida e, em menor proporção, no de Finados.

Nestes três últimos, com uma diferença: a curva geral do Brasil estava em descendência, mas houve um impacto negativo nas taxas. Uma semana após o feriado de 12 de outubro, por exemplo, a média de redução das mortes era de 25% ao dia. Uma semana depois, ficou menor, marcando 16%.

O atraso nas notificações, que costumam diminuir em fins de semana e feriados, explicam as quedas repentinas. E, segundo Jonas Lotufo Brant de Carvalho, epidemiologista e professor do Departamento de Saúde Coletiva da Universidade de Brasília (UnB), os tipos de aglomerações influenciam nas oscilações. “A transmissão da doença se dá, em geral, por contatos íntimos. É o principal padrão de transmissão da doença. Os feriados estimulam, de alguma forma, reuniões familiares, entre amigos. Nesse momento de lazer, ficamos menos atentos às questões de biossegurança, aumentando a transmissão da doença”, disse.

Como curtir o feriado com segurança:

– Planejamento!
– Máscara no rosto, sempre;
– Nos momentos de alimentação, em que é preciso tirar a máscara, evite conversar;
– Encontro em espaços aberto, com circulação de ar;
– Máximo distanciamento entre pessoas;
– Atenção nas vestimentas: devem ser de fácil higienização, cabelo preso, sem brincos ou anéis. Para facilitar, pense: como você visitaria alguém doente em um hospital?

OMS

Em discurso durante a abertura da assembleia geral anual da Organização Mundial de Saúde (OMS), nesta segunda-feira (9/11), o diretor-geral  Tedros Adhanom Ghebreyesus pediu que a comunidade internacional não “feche os olhos” para a pandemia de Covid-19 e afirmou ser necessário recuperar “com urgência” o senso do bem comum.

“Podemos estar cansados da Covid-19, mas ela não se cansou de nós. Sim, ela ataca pessoas com problemas de saúde, mas também ataca outras fraquezas: desigualdade, divisão, negação, boas palavras e ignorância deliberada”, disse Ghebreyesus. “Não podemos negociar com a Covid-19 ou fechar os olhos, esperando que ela desapareça”, reforçou.

O diretor-geral fez ainda mais um pedido para que se confie na ciência e se aposte na solidariedade, lembrando que o vírus não se preocupa com “retórica política ou teorias da conspiração”.

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