Em SP, Márcio França se compara a Joe Biden e diz que tem relação com PSDB

Candidato se apresenta como voto útil da esquerda para tirar tucanos do comando da Prefeitura, mas diz ainda manter conexão com a sigla

atualizado 12/11/2020 17:51

Márcio França, candidato do PSB à Prefeitura de São Paulo Fábio Vieira/Especial Metrópoles

São Paulo – Márcio França (PSB) minimizou números das últimas pesquisas de intenções de votos. O ex-governador e candidato à Prefeitura de São Paulo disputa uma vaga no segundo turno estando numericamente em quarto lugar.

O candidato comparou sua moderação política ao perfil do presidente norte-americano eleito Joe Biden e afirmou que ainda mantém relacionamento com parte do PSDB. As declarações foram dadas a jornalistas em frente à Cinemateca Brasileira, em São Paulo, onde diz que será empossado prefeito no “primeiro minuto do dia 1º de janeiro”.

Segundo as previsões de França, a vitória dele será garantida pela preguiça de eleitores mais ricos em sair de casa para ir às urnas. O candidato diz acreditar que pessoas pais pobres votam mais no primeiro turno. “Na periferia, a disputa é entre eu e o PT. Não tem o resto. As pessoas não sabem o nome dos outros [candidatos]”, afirmou França.

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A liderança isolada nas pesquisas de Bruno Covas (PSDB) não assusta França. Ele atribui a boa quantidade de intenção de votos no atual prefeito à pandemia de Covid-19 e ao seu tratamento de câncer, não à sua gestão.

“Os prefeitos foram muito favorecidos pela história da Covid-19. Inauguraram obras. Num ano normal, as inaugurações que o Bruno fez estariam proibidas. A doença foi um fato marcante na eleição. Não é simples disputar com alguém com uma doença com gravidade. O ato de coragem dele é notável. Até acho que do ponto de vista pessoal e espiritual fez bem à disputa que ele recuperou aquela garra que o Mário [Covas] tinha”, afirmou França em referência ao avô de Bruno Covas.

Segunda vaga e Joe Biden

A briga fica, segundo ele, para a segunda vaga. “E aí é uma questão de pragmatismo”, disse França. Nesse momento, o ex-governador se comparou ao presidente norte-americano eleito Joe Biden.

“O Biden é um democrata. Tinha outros democratas que eram mais lacradores. Mas não dá pra dizer que os democratas não acertaram porque eles foram vitoriosos. O segredo do segundo turno é quem tira um pedaço do outro lado”.

Na visão de França, caso Guilherme Boulos vá ao segundo turno com Bruno Covas, “a não ser que caia um raio de consciência coletiva, vai ser um massacre.”

O ex-governador tem se apresentado a eleitores simpáticos à esquerda como a opção de voto útil para tirar o PSDB do comando da capital paulista, sempre reafirmando que se considera um político de esquerda.

Ligação

No entanto, numa eventual passagem de Boulos para o segundo turno, França diz que não pretende apoiá-lo, justificando, ironicamente, que ainda mantém relacionamento com algumas pessoas do PSDB, as quais não quis especificar.

“Não é uma decisão que se faz sozinho. Nós também temos relacionamento com pessoas do PSDB. Eu não vejo hoje como eu posso fazer qualquer aproximação. É muito difícil”, declarou.

Márcio França tornou-se governador porque era vice de Geraldo Alckmin (PSDB), que renunciou em 2018 para concorrer à Presidência da República. As eleições de 2018 representaram uma ruptura no PSDB, que se viu dividido entre a ala de João Doria e a ala tradicional, na qual se encontram Alckmin e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Naquele momento, nas eleições para governador, rumores de bastidores dizem que Alckmin e FHC votaram em Márcio França.

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