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Em pronunciamento na TV, Carrefour promete “tolerância zero contra racismo”

Comunicado foi transmitido em TV aberta na noite dessa terça (11/4), após casos de racismo dentro de unidades do supermercado

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Anderson Costolli/Metrópoles
Manifestação pela morte de João Alberto Freitas, um homem negro, em Carrefour de brasília
1 de 1 Manifestação pela morte de João Alberto Freitas, um homem negro, em Carrefour de brasília - Foto: Anderson Costolli/Metrópoles

A rede de supermercados Carrefour divulgou, na noite dessa terça-feira (11/4), uma nota oficial sobre os casos de racismo em unidades da marca em São Paulo e Curitiba. No pronunciamento, transmitido em TV aberta, a multinacional afirma que o grupo possui um compromisso de “tolerância zero contra o racismo” que “vai além do discurso”.

“Metade dos nossos 150 mil colaboradores são negros. 40% das lideranças são pessoas negras. E queremos mais”, enfatizou a organização.

Além de mencionar a composição da equipe, a rede listou os nomes dos principais projetos em que têm investido. É o caso da parceria com a Universidade Zumbi dos Palmares, “o primeiro curso superior para agentes de segurança antirracistas”, de acordo com a nota.

“A luta antirracista não começou ontem e não termina amanhã. Faremos uma grande mobilização de combate ao racismo. Com toda a sociedade”, finalizou a marca.

Confira a nota completa:

“Em relação aos lamentáveis fatos recentes, o Grupo Carrefour Brasil reafirma a sua TOLERÂNCIA ZERO CONTRA O RACISMO. Todos os ofendidos têm nosso respeito e solidariedade. 

Nosso compromisso vai além do discurso:

  • Nos últimos dois anos, implementamos mais de 50 ações antirracistas. 
  • Metade dos nossos 150 mil colaboradores são negros. 40% das lideranças são pessoas negras. E queremos mais.
  • Criamos o Poder, programa de crescimento interno inédito aberto a colaboradores negros.
  • Temos o maior projeto de bolsas de graduação, mestrado e doutorado para pessoas negras.
  • Com a Universidade Zumbi dos Palmares, teremos o primeiro curso superior para agentes de segurança antirracistas, além do Programa Racismo Zero.

A luta antirracista não começou ontem e não termina amanhã. Faremos uma grande mobilização de combate ao racismo. Com toda a sociedade. 

Queremos um Brasil antirracista e precisamos do Brasil com a gente. 

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Relembre os episódios

A rede Carrefour tem se tornado foco de casos de racismo em diferentes locais do Brasil, o que tem gerado revolta entre organizações da sociedade civil e provocado uma crise de imagem crescente da marca.

Na última sexta-feira (7/4), Vinícius de Paula, artista negro e marido da bicampeã olímpica Fabiana Claudino, relatou nas redes sociais um episódio que passou em uma unidade do supermercado no bairro de Alphaville, em São Paulo.

Vinícius alegou ter recebido tratamento diferente de uma das funcionárias por conta da cor de sua pele. Ao tentar passar as compras em um caixa preferencial vazio, o artista foi impedido pela atendente, que disse que poderia ser multada se continuasse com o atendimento. Minutos depois, porém, o homem a viu receber uma cliente branca no caixa, sem contestar ou falar em penalizações.

“Ninguém soube explicar, mas eu sei o que aconteceu. Sei o que senti. Se o Carrefour não fosse uma empresa com histórico racista, eu ia dizer que foi simplesmente uma situação não comum”, disse.

Dois dias depois, no domingo (9/4), mais um caso em Curitiba chamou atenção. A professora Isabel Oliveira, mulher negra, tirou as roupas no meio do Atacadão Parolin, também pertecente à rede, em Curitiba, como um sinal de protesto depois ser perseguida por seguranças sem motivos ou suspeitas aparentes. O caso foi mencionado por Lula no dia seguinte, durante reunião com ministros do governo.

“Queria dizer para a direção do Carrefour, que se eles quiserem fazer isso em seu país de origem, que façam, mas nesse país aqui, a gente não vai admitir o racismo e o que essa gente tenta impor ao Brasil”, disse o presidente.

 

 

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