“Bolsonarismo continuará forte”, diz Valdemar Costa Neto, líder do PL
O presidente do Partido Liberal, legenda de Jair Bolsonaro, afirmou que o movimento sobreviverá mesmo após a saída do presidente do governo
atualizado
Compartilhar notícia

Em coletiva de imprensa, nesta quarta-feira (23/11), o presidente do Partido Liberal, Valdemar Costa Neto, fez uma espécie de “previsão”: o bolsonarismo se manterá no Brasil mesmo após a saída do presidente não reeleito Jair Bolsonaro, em 1º de janeiro de 2023. A sigla do atual mandatário voltou a questionar o funcionamento de urnas eletrônicas antigas usadas no segundo turno da disputa presidencial e assegura que, sem a contabilização dos votos desses equipamentos, Bolsonaro teria vencido a eleição.
Questionado se o relatório apresentado para invalidar o resultado das urnas não serve de munição para inflar manifestações nas frentes do quarteis e nas rodovias federais, Valdemar disse não concordar com a ideia, uma vez que, segundo ele, os apoiadores do presidente fazem uso do “livre direito de se manifestar”. Ressaltou, depois, que o “bolsonarismo” se manterá forte. “Esse é um movimento que não vai parar”, assegurou.
Desde 30 de outubro, com a confirmação da vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno, bolsonaristas acampam em frente a quarteis do Exército e bloqueiam rodovias por não aceitarem a volta do petista ao Palácio do Planalto.
Valdemar Costa Neto ponderou, no entanto, que algumas manifestações são “abusivas”, como as que acontecem em Mato Grosso. Segundo ele, são grupos “criminosos oportunistas” que querem “atacar o agronegócio e fazendeiros da região”.
“Existe um abuso muito grande em Mato Grosso, principalmente de alguns segmentos explorando esse evento para fazer movimento contra os fazendeiros. É gente que mexe com carga roubada. Isso tem que ser encerrado, nós temos que lutar e usar a força contra isso”, disse.

Breno Esaki/Especial Metrópoles

Valdemar Costa Neto, presidente do PL Breno Esaki/Especial Metrópoles

Breno Esaki/Especial Metrópoles

Breno Esaki/Especial Metrópoles

Valdemar Costa Neto costurou apoio do PP e do Republicanos à candidatura de Rogério Marinho Breno Esaki/Especial Metrópoles

Breno Esaki/Especial Metrópoles

Breno Esaki/Especial Metrópoles

Valdemar Costa Neto, presidente do PL Breno Esaki/Especial Metrópoles

Valdemar já avisou a bolsonaristas do PL que não abre mão de um cargo Breno Esaki/Especial Metrópoles

Breno Esaki/Especial Metrópoles
Em Brasília, por exemplo, bolsonaristas prometem “morar” em frente ao QG do Exército até que as Forças Armadas tomem o poder ou que ocorra uma “intervenção federal” para manter o país sob o comando de Bolsonaro.
Com faixas e entoando gritos, os manifestantes alegam que: o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, é “criminoso”; a deputada federal Carla Zambelli (PL) viajou para os Estados Unidos para mostrar provas de fraude nas urnas; Jair Bolsonaro teve votos roubados pela “esquerda satanista”, que “fez feitiços”; e as Forças Armadas têm poder constitucional para tomar de Lula a Presidência da República.
Mácula no 2º turno
Nessa terça-feira (22/11), o PL entrou com ação na Justiça Eleitoral no qual alega “mau funcionamento das urnas [antigas] com potencial para macular o segundo turno das eleições presidenciais de 2022”. A conclusão consta em relatório feito por instituto contratado pela legenda para fazer uma auditoria do processo eleitoral.
Por sua vez, Moraes solicitou ao PL que do relatório também conste auditorias sobre o resultado do primeiro turno. Nesta quarta, a legenda manteve o pedido para que sejam verificados apenas os resultados das urnas eletrônicas antigas usadas no segundo turno da disputa presidencial.
“A coligação autora requer que seja mantido como escopo inicial da verificação extraordinária o segundo turno da eleição de 2022”, diz o documento enviado pela legenda ao TSE.
“Nós fizemos esse levantamento porque toda eleição tem que ser segura. O voto não pode ter dúvidas. O voto tem que ser seguro, e se isso for uma mancha na nossa democracia nos temos que resolver isso agora. É um problema muito sério. Como podemos viver com o fantasma das eleições de 2022?”, questionou.
Grave tumulto processual
O dirigente partidário também argumentou que a solicitação à Justiça Eleitoral visa anular somente os votos proferidos no segundo turno para evitar “grave tumulto processual”.
Embora o documento encaminhado ao TSE alegue haver “desconformidades irreparáveis no funcionamento das urnas”, nesta quarta Valdemar da Costa Neto afirmou ter apresentado ao tribunal “indícios de problemas” e disse ter direito de fazer tal questionamento, conforme previsto em lei.