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Após jantares, Lula esboça dificuldade em dialogar com empresários

O petista disse saber que não é querido por banqueiros e que representantes do mercado só pensam em teto de gastos

atualizado

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Fábio Vieira/Metrópoles
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSB, se encontram com representantes de movimentos populares
1 de 1 ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSB, se encontram com representantes de movimentos populares - Foto: Fábio Vieira/Metrópoles

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o seu colega de chapa, Geraldo Alckmin (PSB), passaram as duas últimas semanas se dedicando a encontros com empresários e representantes do mercado financeiro. As reuniões fazem parte de nova ofensiva para tentar conquistar apoio da classe mais alta, na qual o presidente Jair Bolsonaro (PL) aparece em vantagem nas pesquisas de intenção de voto.

Após conversas individuais e, pelo menos, quatro jantares, o petista se queixou de dificuldades para fazer a classe empresarial “entender que existe pobreza e fome” no país.

Nos encontros, Lula tem repetido que bancos lucraram como nunca em seu governo e insistido na tese de que é necessário distribuir renda para fortalecer a economia com a criação de mercado consumidor. O petista, no entanto, reclama que sempre esbarra no mantra entoado por empresários de respeito ao teto de gastos e política fiscal severa.

“Quando a gente vai discutir a política social, o que sobra é o bagaço”, reclamou o petista. “Nós temos metas de inflação, ótimo. Nós queremos baixar o juro, ótimo! Mas nós precisamos falar de política social”, apontou, em entrevista concedida à rádio Metropole FM, de Salvador, na última sexta-feira (1/7).

“Você faz reunião com empresário e eles só falam de política fiscal, política fiscal, política fiscal e teto de gastos.”

Os encontros

Nos últimos dias, Lula participou de jantar oferecido por Cláudio Haddad, fundador do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), no qual estiveram presentes o presidente do conselho da administração do Itaú Unibanco, Pedro Moreira Salles, o presidente da Natura, Fábio Barbosa, e o presidente da rede Magazine Luiza, Frederico Trajano.

No domingo passado (26/6), Lula e Alckmin foram a jantar em um restaurante no Itaim Bibi, zona nobre de São Paulo, com a presença de 130 pessoas, organizado pelo Grupo Prerrogativas. Os convites para o evento custaram de R$ 3.000 a R$ 20 mil.

Lula também participou de eventos com o Grupo Esfera e de um jantar na casa do advogado Sergio Renault.

Vantagem de Bolsonaro

Pesquisa divulgada pelo Datafolha em junho mostrou um recuo na vantagem de Bolsonaro sobre Lula na faixa de pessoas que ganham acima de dez salários mínimos. Os eleitores espontâneos do atual presidente caíram de 44% para 41%.

O petista ainda fica atrás de Bolsonaro nesse segmento, embora tenha apresentado uma recuperação importante: o petista passou de 26% para 35%. A diferença entre eles, portanto, recuou de 18 para 6 pontos, dentro da margem de erro de 6,5 pontos.

“Eu quero que ele [empresário] fale sobre a fome. Eu quero que ele fale do compromisso e da dívida social que nós temos e que precisamos pagar”, reclamou o petista.

Ajuda de Alckmin

A aceitação construída até o momento com representantes de mercado à candidatura de Lula se deve, em grande parte, à estratégia de trazer o ex-governador Geraldo Alckmin para a chapa, fato que é reconhecido por petistas que estão na coordenação da campanha, ou mesmo auxiliares de Lula.

O ex-presidente faz questão de ressaltar que tanto ele, quanto o pré-candidato a vice, “gostam e sabem conversar”. No entanto, Lula reconhece que não tem apreço de banqueiros ou operadores do mercado financeiro.

“Banqueiro não vota em mim. Eu tenho certeza que não vota em mim”, relcamou.

Para amenizar a resistência, Alckmin tem adotado o argumento de que o governo de Lula deu continuidado aos feitos de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e reforçado que o mesmo não ocorre com Bolsonaro, que representa uma ruptura com a estabilidade democrática e de ataques às instituições.

Apesar das dificuldades, alguns encontros têm servido para o que o PT arrecade doações que serão usadas na campanha.

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