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Em sabatina, Álvaro Dias erra ao falar sobre mercado de trabalho

Parlamentar afirmou que 54% da população em idade de exercer atividade laboral não tem emprego, mas estatísticas mostram o contrário

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Plenário do Senado
1 de 1 Plenário do Senado - Foto: DIVULGAÇÃO

Na manhã dessa segunda-feira (7), o senador Álvaro Dias (Podemos-PR), pré-candidato à Presidência da República, foi sabatinado por SBT, Folha e UoL. A Lupa checou algumas das declarações do presidenciável. Confira abaixo o resultado:

“54% da população brasileira em idade de exercer qualquer atividade laboral não trabalha”. Álvaro Dias, senador pelo Paraná e pré-candidato à Presidência pelo Podemos, em sabatina feita por SBT, Folha e UoL, em 7 de maio de 2018

Segundo a última edição da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Mensal (Pnadc/M), do IBGE, referente ao primeiro trimestre de 2018, o que ocorre é exatamente o contrário. Na verdade, 53,6% dos brasileiros com mais de 14 anos – idade considerada pelo instituto como adequada para exercer atividade laboral – trabalham. O Brasil tem, atualmente, 169,1 milhões de pessoas com mais de 14 anos. Delas, 90,6 milhões estão empregadas. Procurado, Dias não retornou.

“Proporcional ao número de votos, [a minha campanha em 2014] foi seguramente a mais barata do país”.
Álvaro Dias, senador pelo Paraná e pré-candidato à Presidência pelo Podemos, em sabatina feita por SBT, Folha e UoL, em 7 de maio de 2018

De acordo com dados do TSE, em 2014, Dias era filiado ao PSDB e gastou R$ 2,9 milhões para se eleger para o Senado. Ele obteve 4.101.848 votos, o que significa que gastou R$ 0,70 por voto. Três senadores eleitos junto a Dias tiveram campanhas proporcionalmente mais baratas. Reguffe (PDT-DF, hoje sem partido) pagou R$ 0,49. Lasier Martins (PDT-RS, hoje no PSD), R$ 0,40, e Romário (PSB-RJ, hoje no Podemos), R$ 0,25. Procurado, Álvaro Dias afirmou que “se [sua campanha] não foi a mais barata, foi uma das mais baratas”.

“Só restariam quatro [autoridades com foro privilegiado]: o presidente da República, do Supremo [Tribunal Federal] e os presidentes da Câmara e do Senado. O resto das autoridades seriam julgadas em 1ª instância, como todos os brasileiros”.
Álvaro Dias, senador pelo Paraná e pré-candidato à Presidência pelo Podemos, em sabatina feita por SBT, Folha e UoL, em 7 de maio de 2018.

Dias falava da PEC nº 10/2013, de sua autoria, que busca limitar foro privilegiado e que hoje tramita na Câmara dos Deputados. Apesar de o texto realmente propor a extinção, o foro especial de parlamentares, ministros, embaixadores, membros da Justiça e outras autoridades em caso de crimes comuns cometidos no exercício do mandato, a proposta mantém o foro especial para os crimes de responsabilidade. Entre eles, estão os de improbidade administrativa e mau uso do dinheiro público. Procurado, Dias não retornou.


“Eu devolvo R$ 5,5 mil do auxílio-moradia e R$ 15 mil da verba indenizatória – e mais R$ 33 mil da minha aposentadoria de ex-governador”.
Álvaro Dias, senador pelo Paraná e pré-candidato à Presidência pelo Podemos, em sabatina feita por SBT, Folha e UOL, em 7 de maio de 2018

Dias foi governador do Paraná entre 1987 e 1991 e, atualmente, não recebe a aposentadoria de R$ 30.471,11 mensais a que teria direito. Contudo, em outubro de 2010, chegou a solicitar o pagamento do benefício, bem como dos valores retroativos referentes ao período como governador. O total somava R$ 1,6 milhão. Mas, em janeiro de 2011, Dias voltou atrás. Hoje, não recebe a aposentadoria nem o auxílio-moradia de R$ 5,5 mil e a verba indenizatória de R$ 15 mil, ambos benefícios a que os senadores têm direito.


“52 milhões de brasileiros vivem abaixo da linha da pobreza”.
Álvaro Dias, senador pelo Paraná e pré-candidato à Presidência pelo Podemos, em sabatina feita por SBT, Folha e UoL, em 7 de maio de 2018

 


 

Utilizando os critérios do Banco Mundial, o IBGE aponta que 25,4% dos brasileiros viviam em situação de pobreza em 2016. Segundo o Banco Mundial, o Brasil tinha 207.652.865 habitantes naquele ano, logo, 52.743.827,71 viviam abaixo da linha da pobreza. É considerado pobre quem tem renda domiciliar per capita de R$ 387,00 por mês. O IBGE afirma que o quadro mais crítico está entre os 7,4 milhões de domicílios que “têm mulheres pretas ou pardas sem cônjuge com filhos até 14 anos”.

A reportagem foi publicada na edição impressa do jornal Folha de S.Paulo no dia 8 de maio de 2018.

 

 

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