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Álvaro Dias gasta R$ 365 mil do Senado, mas nega recebimento de verba

No Roda Viva, presidenciável do Podemos acertou ao falar de educação infantil

atualizado

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MICHAEL MELO/METRÓPOLES
Senador Alvaro Dis, líder do Podemos no Senado
1 de 1 Senador Alvaro Dis, líder do Podemos no Senado - Foto: MICHAEL MELO/METRÓPOLES

Senador pelo Podemos, Álvaro Dias (PR) foi mais um dos pré-candidatos à Presidência da República sabatinados pelo programa Roda Viva, da TV Cultura. A Lupa conferiu algumas das frases ditas pelo político na segunda-feira (4/6). Confira:

“[Não recebo] nem verba indenizatória”
Álvaro Dias, senador e pré-candidato à Presidência da República pelo Podemos, em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, no dia 4 de junho de 2018

O que Álvaro Dias chamou de “verba indenizatória” é a Cota Para Exercício da Atividade Parlamentar, disciplinada pelo Senado em 2011. Pela norma, senadores do Paraná podem gastar até R$ 32.586,60 por mês em passagens aéreas e outras despesas de custeio do gabinete. Entre 2015 e 5 de maio de 2018, período da atual legislatura, Dias já gastou R$ R$ 365.893,19.

Desses gastos, 95% (R$ 348.363,30) correspondem a passagens aéreas. Foram 343 bilhetes emitidos para o senador. Outros R$ 17.529,89 foram gastos com verbas de locomoção, hospedagem, alimentação e combustíveis. Veja aqui a lista completa dos gastos. Procurado, Álvaro Dias não retornou.
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“Um dólar investido na educação infantil significa um retorno de US$ 6 a US$ 7
Álvaro Dias, senador e pré-candidato à Presidência da República pelo Podemos, em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, no dia 4 de junho de 2018

No estudo “Investir no desenvolvimento na primeira infância: reduzir déficits, fortalecer a economia”, o americano James Heckman, prêmio Nobel de Economia, de fato calcula um retorno estimado de US$ 7 para cada dólar investido na educação da primeira infância.

De acordo com o economista, até os seis anos de idade o cérebro se desenvolve de maneira mais rápida e tem maior capacidade de absorção. Uma análise feita com crianças carentes inscritas em programas de Educação Infantil demonstrou um aumento da escolaridade e do desempenho profissional posterior. O retorno está na redução dos custos com reforço escolar, saúde e gastos do sistema de justiça penal.
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“55 mil autoridades têm direito a esse privilégio [foro especial por prerrogativa de função] hoje no brasil”
Álvaro Dias, senador e pré-candidato à Presidência da República pelo Podemos, em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, no dia 4 de junho de 2018

Um estudo da consultoria legislativa do Senado mostrou que existem 54.990 autoridades com foro especial. São pessoas que, graças aos cargos que ocupam, não são julgados pela Justiça comum, ou seja, por juízes de primeira instância.

O levantamento do Senado mostra que, embora diversos países concedam algum tipo de foro especial para autoridades, o Brasil se destaca devido ao grande número de cargos que confere essa imunidade a seus ocupantes. Bahia, Rio de Janeiro e Piauí são os estados em que há maior número de cargos que garantem foro especial: esse número chega, respectivamente, a 4.880, 3.194 e 2.773. Na Bahia, por exemplo, estado recordista, vereadores e secretários estaduais têm direito a foro especial.
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“Ele [Joel Malucelli] não deve integrar nenhuma dessas empresas [de comunicação]. Ele se afastou delas há um bom tempo. Transferiu [o comando das empresas] exatamente para exercer atividade pública”
Álvaro Dias, senador e pré-candidato à Presidência da República pelo Podemos, em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, no dia 4 de junho de 2018

Eleito primeiro suplente de Álvaro Dias no Senado em 2014, Joel Malucelli (PR) é fundador do grupo JMalucelli, um dos principais conglomerados de empresas do Paraná — atualmente são 86 em diversas áreas. Segundo entrevista dada em 2017 por ele mesmo à rádio CBN de Curitiba — que pertence ao grupo de empresas — a JMalucelli é administrada por seu filho Alexandre desde meados de 2012. Em nota, o grupo informou que Joel se desligou do comando do conglomerado em dezembro de 2012.

Mas vale destacar que, em março de 2018, o grupo JMalucelli entrou na mira de investigações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal. A Operação Buona Fortuna, 49ª fase da Operação Lava Jato, apontou que a JMalucelli Construtora, empreiteira do grupo, foi uma das que teria feito pagamento de propina nas obras da hidrelétrica de Belo Monte.

Nesta semana, outra empresa do conglomerado, do setor de energia, foi mencionada por um delator dentro das Operações Sépsis e Cui Bono, que apuram desvios na Caixa Econômica Federal. Em nota, a JMalucelli Construtora negou qualquer pagamento indevido nas obras da Usina de Belo Monte. Já a JMalucelli Energia informou que as declarações do delator a respeito de irregularidades supostamente cometidas pela empresa são “levianas e contraditórias”.

O suplente do senador e a JMalucelli Infraestrutura, uma das empresas do grupo, foram, respectivamente, o maior e o segundo maior doador individual da campanha de Dias ao Senado, em 2014. Ele, como pessoa física, doou R$ 745 mil e a empresa doou outros R$ 511 mil. Juntas, as doações representam 43% da receita declarada pela campanha ao Tribunal Superior Eleitoral. Procurado, Álvaro Dias não retornou.

Com reportagem de Leandro Resende e Clara Becker
Edição de Cris Tardáguila

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