Senado: subcomissão irá apurar debandada no Inep e acompanhar Enem
Requerimento de instalação da subcomissão será apresentado em reunião da Comissão de Educação da Casa nesta quinta (18/11)
atualizado
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A Comissão de Educação do Senado Federal deve ter uma subcomissão destinada a apurar as denúncias feitas por 37 servidores contra o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), que pediram exoneração de seus respectivos cargos às vésperas da realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
A proposta foi anunciada pelo presidente do colegiado, senador Marcelo Castro (MDB-PI), nesta terça-feira (16/11). As denúncias dão conta de suposto assédio moral cometido por superiores e interferência indevida de membros do governo nas questões das provas, que serão realizadas nos próximos dias 21 e 28 de novembro.
Castro afirmou que a criação da subcomissão decorre da gravidade do teor das denúncias. “São muito graves. E a declaração do presidente Jair Bolsonaro de que agora ‘as questões do ENEM estão com a cara do governo’ foi como jogar gasolina no fogo”, ressaltou o senador.
O emedebista espera ouvir o presidente do Inep, Danilo Dupas, e o ministro da Educação, Milton Ribeiro, além de servidores sobre o caso. “Tudo isso precisa ser esclarecido, e vamos ouvir todos os envolvidos. Vamos acompanhar todas as etapas do Enem, desde a realização das provas até a divulgação dos resultados”, prosseguiu.
Há uma reunião do colegiado marcada para a próxima quinta-feira (18/11), às 9h. Nesta quarta (17/11), Dupas participará de audiência pública na Comissão Senado do Futuro.
Castro ainda prometeu que trabalhará pela aprovação, em plenário, de requerimento apresentado pela senadora Leila Barros (Cidadania-DF) para que o Tribunal de Contas da União (TCU) realize auditoria operacional do Inep.
Ministro confirma Enem
Um dia depois de o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmar que as questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) não repetirão “absurdos” do passado e que a prova terá “a cara do governo”, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, minimizou a declaração.
Em entrevista à CNN, na tarde desta terça-feira (16/11), Ribeiro afirmou que “a prova do Enem está pronta há meses. Não há como interferir”, disse. Segundo ele, não é possível ter acesso às provas. “Nem eu, nem o presidente do Inep, nem o presidente da República. Não tem como interferir”, afirmou.
Ainda segundo o ministro, o que se deseja para o Enem é uma prova sem politização, que procure aferir o que o aluno sabe. “Vamos avaliar a capacidade do estudante de ascender ao ensino superior. É o que queremos”, completou.