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Segundo o Inep, 34% das crianças do 2º ano não sabem ler nem escrever

Porcentagem mais que dobrou de 2019 a 2021. Dados do Sistema de Avaliação da Educação Básica foram divulgados nesta sexta-feira (16)

atualizado

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Hugo Barreto/Metrópoles
Sala de aula de escola pública do DF - Metrópoles
1 de 1 Sala de aula de escola pública do DF - Metrópoles - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Dados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) mostram que a porcentagem de crianças do 2º ano do ensino fundamental que ainda não sabem ler e escrever, nem mesmo palavras isoladas (como “mesa” e “vovô”), mais do que dobrou de 2019 a 2021, no Brasil.

O balanço do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep)  foi divulgado nesta sexta-feira (16/9) pelo Ministério da Educação. O índice de alunos de escolas públicas e privadas subiu 15% para 34% nesses dois anos, quando as aulas presenciais foram suspensas por causa da pandemia de Covid-19.

Os dados indicam um atraso pedagógico, já que, desde 2019, a Política Nacional de Alfabetização estipula que o processo de aprendizagem da leitura e da escrita aconteça no 1º ano do ensino fundamental, quando os estudantes têm, em média, 6 anos.

“O Saeb 2021 atesta os efeitos mais acentuados da pandemia nas redes de ensino com menor infraestrutura, que não puderam oferecer conectividade a seus estudantes e professores, o que foi agravado pela condição socioeconômica das famílias mais vulneráveis”, diz o órgão.

A pesquisa, calculada a cada dois anos, avaliou o desempenho de uma amostra de 5,3 milhões de alunos de aproximadamente 72 mil escolas públicas e privadas em uma prova nacional. As edições anteriores do exame ainda não contemplavam a faixa etária infantil.

Matemática e português

A pesquisa também avaliou a aprendizagem dos estudantes em matemática e português. Em matemática, dois de cada 10 alunos não sabem somar e subtrair. Segundo o SEB, no 2º ano do ensino fundamental, 22% das crianças não conseguiam fazer operações básicas, como soma e subtração, em 2021. Em 2019, antes da pandemia, eram 16%.

Entre os estudantes do 5º ano, o nível foi de 228, em 2019, para 217 no ano passado. Para os alunos do 9º ano, o índice saiu de 263 para 256, chegando ao nível de 2015.

Os dados deste ano mostram ainda que, entre os estudantes do 2º ano do ensino fundamental, o índice de proficiência em língua portuguesa passou de 750, em 2019 – último ano em que a pesquisa foi feita devido à pandemia –, para 725.5 no ano passado.

Já em relação aos alunos do 5º ano, o número saiu de 215 para 208, atingindo o mesmo patamar de seis anos atrás. Entre os alunos do 9º ano, o índice ficou em 258, com queda de dois pontos em comparação a 2019.

Impactos da pandemia

O estudo também mostra que a crise sanitária alterou o modelo educacional da maior parte das escolas brasileiras. Segundo a pesquisa, 92% das instituições de ensino adotaram estratégia de medição remota ou híbrida em 2021.

Além disso, 8,9% das escolas de educação básica ajustaram a data de término do ano letivo em 2021. Outras 72,3% recorreram à reorganização curricular com priorização de habilidades e conteúdo. Em 2020, o número foi de 67,1%.

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