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Alunos sem Fies e Prouni têm 4 vezes mais chances de deixar faculdade

Taxa de evasão de alunos sem esses programas foi de 26,2% em 2019. Entre os alunos com Fies, a taxa de evasão ficou em 6,4%

atualizado

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Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Inscrições do Fies 2020/2 são adiadas
1 de 1 Inscrições do Fies 2020/2 são adiadas - Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

A taxa de evasão de alunos que não contam com apoio do Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies) ou do Programa Universidade para Todos (Prouni) é até quatro vezes maior que a de estudantes que participam desses programas.

Em 2019, 26,2% dos alunos sem Fies e sem Prouni deixaram a faculdade logo no primeiro ano. Entre os alunos com Fies e com Prouni, a taxa de evasão ficou, respectivamente, em 6,4% e em 8,8% nesse mesmo ano.

Os dados constam na 11ª edição do Mapa do Ensino Superior no Brasil, publicado nesta terça-feira (8/6) pelo Instituto Semesp. O levantamento tem como base o Censo do Ensino Superior 2019, do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), do Ministério da Educação (MEC).

O Fies é uma ação do Ministério da Educação que financia cursos superiores para estudantes com renda familiar per capita de até 3 salários mínimos. Após a conclusão do curso, o estudante realiza a amortização do saldo devedor.

Já o Prouni oferece bolsas de estudo em instituições particulares de educação superior. Para concorrer às bolsas integrais, o estudante deve comprovar renda familiar bruta mensal, por pessoa, de até 1,5 salário mínimo.

Para as bolsas parciais (50%), a renda familiar bruta mensal deve ser de até três salários mínimos por pessoa.

Importância do financiamento

Para o diretor-executivo do Semesp, Rodrigo Capelato, os números reforçam a importância que o financiamento tem para a escolha do curso.

“O aluno que ingressa com Fies/Prouni entra mais vocacionado, escolhendo o curso e a IES [Instituição de Ensino Superior] que quer cursar, daí a menor evasão. Sem programas de financiamento a evasão é maior porque o estudante escolhe pela facilidade de ingresso e pelo preço do curso, sem levar em consideração a vocação”, explica.

“Todo ano, milhares de estudantes do ensino médio fazem o Enem e prestam vestibulares, mas não conseguem ingressar no ensino superior. Faltam políticas públicas de acesso mais eficientes e que diminuam essa diferença entre o número de vagas ofertadas e preenchidas em programas como o Fies e o ProUni”, avalia.

O Mapa do Ensino Superior no Brasil mostra também que a taxa de evasão é maior na modalidade Ensino à Distância (EAD) se comparada à presencial. Cerca de 30,7% dos alunos de cursos presenciais na rede privada abandonaram o ensino superior. Já a taxa de evasão de cursos EAD na rede pública é de 35,4%.

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