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“Edifício era muito seguro”, diz coordenador de prédio que desabou

Após o depoimento, Ricardo Lima, que até então vinha se identificando como coordenador, afirmou ser apenas um colaborador dos sem-teto

atualizado

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SUAMY BEYDOUN/AGIF/ESTADÃO CONTEÚDO
Laudo de janeiro de 2017 já apontava risco de incêndio em prédio que desabou
1 de 1 Laudo de janeiro de 2017 já apontava risco de incêndio em prédio que desabou - Foto: SUAMY BEYDOUN/AGIF/ESTADÃO CONTEÚDO

Ricardo Luciano Lima, o Careca, um dos coordenadores do Movimento de Luta Social por Moradia (MLSM), prestou depoimento na 3ª Delegacia de Polícia em São Paulo, na tarde desta sexta-feira (4/5). Ele disse considerar o edifício que desabou após incêndio na madrugada do dia 1º “muito seguro” por causa da manutenção até então feita pela coordenação da entidade.

“É necessária uma contribuição para manutenção desses lugares. Em qualquer lugar é necessário. Um prédio e até mesmo uma igreja precisam de contribuições para funcionar, assim como as ocupações”, afirmou.

Ele nega as acusações de que os coordenadores usavam o dinheiro em benefício próprio. Os moradores disseram que outra liderança, chamada Ananias, era quem cobrava o aluguel – em torno de R$ 400.

Lima, porém, não informou quanto era arrecadado no total, mensalmente, no prédio que desabou. Conforme declarou, ele não era responsável pela parte financeira da organização. Mas também não quis informar o nome de quem fazia a arrecadação.

Após o depoimento, Lima, que até então vinha se identificando como coordenador do movimento, afirmou ser apenas um colaborador e disse estar fora do MLSM há dois anos.

“A palavra coordenador se torna um pouco forte. Eu sempre fui um colaborador, meu encerramento no movimento foi em 2016 e segui a minha vida. Mas, quando soube do desabamento, voltei para cuidar dessas famílias”, declarou, após a conversa com os investigadores, que seguem apurando as causas e responsabilidades pela tragédia.

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