metropoles.com

Revendedores de gás de cozinha estimam preço do botijão a R$ 150 ainda em 2021

Hoje, o botijão de 13kg é encontrado por até R$ 105, segundo levantamento da ANP. Revendedores contestam política de preço da Petrobras

atualizado

Compartilhar notícia

Hugo Barreto/ Metrópoles
Gas de cozinha 3
1 de 1 Gas de cozinha 3 - Foto: Hugo Barreto/ Metrópoles

O presidente da Associação Brasileira dos Revendedores de Gás Liquefeito do Petróleo (Asmirg), Alexandre Borjaili, estima que o preço do gás de cozinha vendido aos brasileiros pode bater a casa dos R$ 150 – ou mesmo R$ 200, em uma hipótese drástica – neste ano.

Em entrevista ao Metrópoles, Borjaili critica a política de preços da Petrobras, principal produtora do país, e avalia que quem sai mais prejudicado com as altas consecutivas do GLP são as famílias de baixa renda.

“Se persistirem esses aumentos consecutivos, sem limites, a previsão é de que o gás de cozinha chegue logo a R$ 150. Vai ser um pulo. Já para chegar a R$ 200 depende dessa política de preços”, estima.

Dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) atualizados nessa segunda-feira (11/1) apontam que, em média, o consumidor paga R$ 75,04 por um botijão de 13kg. Na máxima, o valor chega a R$ 105.

Em janeiro do ano passado, a média do botijão de gás era de R$ 69,74 – houve um aumento de 7,6% no período, sem considerar a inflação. Para se ter uma outra ideia, no primeiro mês de 2017, o GLP era encontrado a R$ 55,61.

“Os ministros de Minas e Energia e da Economia prometeram publicamente que o preço do gás iria cair até 40% ou 50%, mas, desde então, o valor só sobe – e não há qualquer previsão de redução”, ressalta Borjaili.

0

“Pelo contrário, o que temos é aumentos consecutivos. A Petrobras não passa um mês sem aumentar ao menos 5% do combustível [vendido às refinarias] e, alinhado a isso, tem o aumento dos estados via ICMS”, prossegue.

Uma dessas promessas citadas pelo empresário foi feita em abril de 2019 pelo ministro Paulo Guedes, da Economia, que disse ser necessário “quebrar” o monopólio da Petrobras sobre o refino do petróleo e na distribuição.

“Daqui a dois anos, o botijão vai chegar pela metade do preço na casa do trabalhador brasileiro. Vamos quebrar os monopólios e baixar o preço do gás e do petróleo”, disse o ministro do governo Bolsonaro.

O presidente da Asmirg ressalta, ainda, que o aumento consecutivo de preços da Petrobras contradiz números de produção divulgados nos últimos meses pela estatal, que registrou uma série de recordes.

A Petrobras informou, nessa última quinta-feira (7/1), ter registrado, em 2020, um patamar recorde na produção anual total (óleo e gás natural) de 2,84 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed).

“Nós vendemos em média 35 milhões de botijões de gás todo mês. O país tem 15 milhões das famílias no Bolsa Família que vivem com uma renda per capita de até R$ 87. Então, nem gás podem comprar”, diz Borjaili.

“Logo, esse aumento prejudica sobretudo a população mais vulnerável. Não é a classe A que precisa do gás de cozinha. Quem precisa é quem tem que fazer arroz, feijão, mingau todos os dias. É um desrespeito”, finaliza.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?

Notificações