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Por ter cedido ao governo, Tombini deve se manter no cargo, diz consultoria

Em relação à próxima reunião do Comitê de Política Monetária, prevista para os dias 1º e 2 de março, economistas apostam em nova manutenção da taxa básica de juros

atualizado

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Marcos Oliveira/Agência Senado
Alexandre Tombini
1 de 1 Alexandre Tombini - Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

Embora tenha posto em risco a credibilidade do Banco Central ao fazer uma brusca mudança de sinalização às vésperas da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o presidente da instituição, Alexandre Tombini, deverá continuar no cargo, uma vez que a manutenção da Selic em 14,25% mostra que ele cedeu à vontade do governo. A avaliação é do economista Bruno Lavieri, da 4E Consultoria. “Se o Tombini sair, não será por vontade do governo”, disse.

Além disso, Lavieri acredita que a manutenção da Selic não significa, necessariamente, que o BC esteja mais relaxado no compromisso de conduzir a inflação para o centro da meta, de 4,5%. “Isto porque o BC trouxe alguns argumentos relacionados ao ambiente externo, como a queda dos preços do petróleo, que pode trazer os preços domésticos para baixo”, explicou.

Em relação à próxima reunião do Comitê de Política Monetária, prevista para os dias 1º e 2 de março, o economista aposta em nova manutenção da taxa básica de juros. “Se não subiu agora, não vai subir em março”, disse.

Standard Chartered
Para Italo Lombardi, economista-sênior do banco Standard Chartered em Nova York, a decisão do Copom de manter nesta quarta-feira, 20, a taxa Selic em 14,25% ao ano, depois de vários ruídos na comunicação do Banco Central, elevará a percepção do mercado de que o BC perdeu a autonomia operacional. “Para o mercado, o Brasil já não tinha mais a âncora fiscal e agora pode ter perdido a última âncora que restava, que era a política monetária”, comentou.

Segundo Lombardi, o placar da reunião do BC da noite desta quarta-feira, com seis votos favoráveis à manutenção da Selic e dois defendendo alta de 0,50 ponto porcentual, “mostra que há grande divisão no Banco Central sobre as decisões relativas à administração dos juros básicos”. Para ele, o quadro interno de inflação e expectativas desancoradas para o IPCA em 2016 é bem mais importante do que o cenário externo, o fator principal que levou a autoridade monetária a não elevar os juros hoje. “O dólar e juros futuros devem reagir mal à decisão do Copom”, destacou.

Na avaliação do economista sênior do Standard Chartered, é natural esperar que o BC não aumente os juros em março e manifeste, na ata da reunião encerrada hoje, que a situação da economia mundial deve exercer pressão desinflacionária no Brasil, inclusive com fatores que devem agravar a recessão.

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