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“PEC da Gastança” é total descompromisso fiscal, diz Stuhlberger

Em carta mensal, a Verde, gestora de investimentos de Luis Stuhlberger demonstrou preocupação com a PEC e despesas fora do teto de gastos

atualizado

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Divulgação Verde
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1 de 1 luis-stuhlberger-verde - Foto: Divulgação Verde

Depois de chamar de “trem descontrolado” a trajetória dos gastos brasileiros, a gestora de investimentos Verde, uma das mais respeitadas do mercado financeiro, demonstrou preocupação com a forma com que a PEC de Transição tem sido discutida no Congresso.

Na carta de novembro divulgada a acionistas, a gestora, comandada por Luis Stuhlberger batizou o projeto de “PEC da Gastança”, em razão do acréscimo de despesas pendurado no texto durante a tramitação.

“O governo eleito aceitou uma redução de R$ 30 bilhões nos gastos fora do teto na ‘PEC da Gastança’, para em  seguida ter aprovado no Senado um complemento de R$ 25 bilhões fora do teto vindo de contas inativas de PIS/Pasep. A PEC, depois de muito teatro, está saindo do Senado com gastos de R$ 200 bilhões fora do teto”, diz a carta.

O sinal enviado para o mercado foi de “absoluta falta de compromisso com qualquer responsabilidade fiscal”, ainda mais por causa da citação da chamada MMT (Modern Monetary Theory), ou Teoria Monetária Moderna, no preâmbulo da PEC.

De forma geral, a MMT defende que não é prejudicial um país emitir moeda para pagar as próprias dívidas. Tal conceito é muito mal recebido pelo mercado e por economistas ortodoxos em geral, pois vai contra uma experiência amplamente conhecida, inclusive pelos brasileiros: a de que mais gastos do governo causam um aumento da inflação.

“Um país com a história inflacionária do Brasil e taxas de juros de 13,75% brincar com esse tipo de argumento mostra que, definitivamente, o PT não aprendeu nada com o desastre do governo Dilma”, critica a gestora.

A carta da Verde observa que a simples sinalização de um governo mais responsável, em termos orçamentários, já seria capaz de mudar radicalmente a situação do mercado.

“É mais uma clássica oportunidade perdida do Brasil – caso o governo eleito exibisse um mínimo de disciplina fiscal, provavelmente estaríamos vendo taxa de câmbio na casa de R$ 4,90 e taxas de juros longas em torno de 10%. Não é sempre que o contexto global vai ser tão favorável ao país”, observa a equipe da Verde.

O dólar atualmente está em R$ 5,24, e as taxas longas de juros seguem em torno de 13%, perto do patamar atual da Selic.

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