metropoles.com

Open banking: o que é, quais os benefícios e quando chegará ao Brasil?

O programa, usado em outros países, como o Reino Unido, facilita com que clientes possam usufruir de mais opções entre empresas financeiras

atualizado

Compartilhar notícia

d3sign/Getty
Maos no Celular
1 de 1 Maos no Celular - Foto: d3sign/Getty

Com a proposta de revolucionar o mercado financeiro e democratizar as relações entre as instituições bancárias, fintechs e outras empresas do setor, o open banking está prestes a ser implantado no Brasil. A ideia é facilitar o acesso de dados e permitir que as pessoas movimentem suas contas a partir de diversas plataformas.

Deste modo, o programa, já implementado em alguns países, como o Reino Unido, nada mais é do que a abertura do compartilhamento de informações pessoais, com explícita autorização do cliente, entre diversas instituições que compõem o Sistema Financeiro Nacional, através de interfaces dedicadas a isso.

Basicamente, o open banking é uma descentralização das informações financeiras, cuja posse atualmente está nas mãos de grandes operadoras, a fim de garantir ao titular o controle dos próprios dados. Na prática, reduz o processo burocrático para a abertura de novas contas e obtenção de financiamentos em diferentes bancos e empresas.

De acordo com a Resolução Conjunta nº 01/2020 do Banco Central e do Conselho Monetário Nacional, a adesão à plataforma será obrigatória para grandes bancos, e optativa para as demais instituições, com prazo inicial para implementação no dia 30 de novembro de 2020.

Quais são os benefícios?

Para o advogado especializado em direito empresarial Marcelo Godke, o open banking é uma mudança de paradigmas no mercado bancário. “Os bancos, por via de regra, têm sistemas caros e difíceis de desenvolver para obter informações dos clientes e, com base nelas, as instituições oferecem créditos mais caros ou mais baratos”, explica.

“Existe uma desconfiança de que o mercado brasileiro é muito concentrado, por falta de competição. Essa competição vai levar a uma queda de juros pelos bancos e, por outro lado, teremos uma melhoria no serviço prestado. A melhoria será benéfica”, avalia.

Godke acredita também que outro ponto positivo é que as informações pertencerão aos usuários: “A ideia é que, em vez de o cliente procurar o banco, é como se o banco fosse até o cliente para oferecer opções diversas de crédito e outros serviços”.

A economista do Econoweek Yolanda Fordelone explica que será mais fácil operar o dinheiro, assim como solicitar a portabilidade dos dados entre bancos. Isso aumenta as opções do usuário e seu poder de decisão sobre as transações. “Você vai poder escolher outras plataformas que não o banco para mexer o seu dinheiro, e carregar esse histórico para outras instituições”, disse.

O open banking disponibilizará ao cliente do sistema financeiro uma interface onde ele poderá. visualizar inúmeras transações e facilidades ofertadas sem que seja necessariamente cliente da instituição.

É um sistema seguro?

“Apesar de tornar o mercado transparente e competitivo, vale a dica de pesquisar sobre a instituição para analisar se há histórico de vazamento de dados ou hackeamento. É importantíssimo pesquisar as empresas. Apesar disso, a maneira que os dados são compartilhados no open banking é bem segura, porque existe uma criptografia”, explicou Yolanda.

Além disso, os dados transitarão em uma rede gerida pelo Banco Central, garantindo a segurança das informações e a proteção dos dados, que só serão compartilhadas mediante autorização do cliente.

Quando será implementado?

O open banking está sendo desenvolvido em fases. A primeira, segundo a economista, será responsável pelo mapa de mercado dos participantes. Os grandes bancos deverão listar todas as informações de produtos e serviços que eles oferecem.

Na segunda fase, que vai até maio de 2021, dá-se início ao compartilhamento de dados mediante a autorização do usuário. A terceira, que se estende até agosto de 2021, é onde se inicia a transição de pagamento, onde o cliente vai poder visualizar e operar seu dinheiro de diversas plataformas.

Na última fase, prevista para ser concluída em outubro de 2021, é aquela na qual ocorre a expansão do serviço, e pequenas empresas e agentes do mercado financeiro poderão participar.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?