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Índia: Bolsonaro diz que pode rever ação por subsídio ao açúcar

A declaração foi dada após uma reunião com o primeiro-ministro indiano Narendra Modi em Nova Delhi, capital do país

atualizado

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MANISH SWARUP/ASSOCIATED PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Jair Bolsonaro na India
1 de 1 Jair Bolsonaro na India - Foto: MANISH SWARUP/ASSOCIATED PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou neste sábado (25/01/2020) que pode rever a ação que o Brasil move contra a Índia na Organização Mundial do Comércio (OMC) por conta de subsídios à produção e exportação de açúcar. A declaração foi dada após uma reunião com o primeiro-ministro indiano Narendra Modi em Nova Delhi, capital do país.

No encontro que tiveram, o primeiro-ministro pediu ao Brasil para que retire a ação referente ao açúcar e recebeu um aceno positivo. Questionado por jornalistas sobre o tema, Bolsonaro respondeu que fará o possível para atender ao pedido.

“Ele me disse que o açúcar comercializado para fora equivale a 2% do montante. Isso é pequeno. Pedi para o Ernesto Araújo [ministro das Relações Exteriores] a possibilidade de rever essa posição do Brasil”, comentou.

O presidente disse que o Brasil não vai exigir nada em contrapartida, mas ressaltou que seria importante que a Índia aumentasse a produção de etanol. “O etanol… essa tecnologia nossa vindo pra cá, eles querem isso aí, acaba nos favorecendo também. Daí produz menos açúcar aqui, ajuda a equilibrar o mercado e é um sinal de aproximação com a Índia muito forte”.

Brasil, Austrália e Guatemala pediram a abertura de um painel da OMC para analisar os subsídios do governo indiano para produção e exportação de açúcar. O contencioso foi iniciado em fevereiro de 2019 e o Brasil apresentou pedido para o estabelecimento de um painel em julho de 2019, tudo já durante a gestão de Bolsonaro.

O governo brasileiro argumentou, na ocasião, que as políticas indianas geraram prejuízos aos agricultores do Brasil, ao ajudar a derrubar as cotações do produto. O Itamaraty alegou, entre outras questões, que a Índia quase dobrou o preço mínimo a ser pago pela cana-de-açúcar desde a safra 2010/11. Há poucos dias, já em 2020, Brasília apresentou, segundo matéria do jornal Valor, a primeira petição com argumentos contra os programas de subsídios indianos.

Bolsonaro está na Índia desde sexta, onde está a convite de Modi para participar como convidado do Dia da República da Índia, neste domingo (26/01/2020). Neste sábado (25/01/2020), ele se reuniu com o primeiro-ministro e com altas autoridades do governo indiano. Foram formalizados 15 atos para facilitar o comércio, os investimentos e a cooperação entre os dois países.

Na visita, tanto autoridades do governo indiano quanto do brasileiro enfatizam o potencial de comércio e atração de investimentos entre os dois países. Em 2019, o intercâmbio comercial entre Brasil e Índia foi de US$ 7,5 bilhões.

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