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Durante posse, Haddad diz que é preciso “reconstruir a casa”

A posse de Fernando Haddad no Ministério da Fazenda ocorre 24 horas depois que Lula assumiu seu terceiro mandato como presidente

atualizado

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Fernando Haddad, ministro da Economia, faz sinal de agradecimento à plateia mandando beijos em cerimônia que marca sua posse - Metrópoles
1 de 1 Fernando Haddad, ministro da Economia, faz sinal de agradecimento à plateia mandando beijos em cerimônia que marca sua posse - Metrópoles - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Fernando Haddad tomou posse, nesta segunda-feira (2/1), do cargo de ministro da Fazenda do novo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A cerimônia ocorreu no Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB), em Brasília.

No discurso, Haddad criticou muito a situação deixada pelo governo anterior, principalmente em relação a gastos. Também falou sobre programas sociais e política fiscal e inflacionária para os próximos anos.

O novo ministro usou a expressão “arrumar a casa” para falar de reconstrução após quatro anos da gestão Jair Bolsonaro e Paulo Guedes.

“A expressão ‘arrumar a casa’ tornou-se uma metáfora comum nos discursos dos que iniciam um novo governo, uma nova administração”, disse. “Estamos mais próximos da necessidade de reconstruir uma casa do que simplesmente arrumá-la”, completou.

Veja como foi o discurso:

Haddad classificou de irresponsável os rumos do Ministério da Economia ao longo dos últimos quatro anos.

“Os atos na política econômica do país em 2022 foram dos golpes mais duros que eles desferiram contra o povo brasileiro. Não apenas contrariaram o bom senso e a recomendação de técnicos da Economia: foram deliberadamente irresponsáveis”, disparou.

E acusou o governo anterior de “eleitoreiro”, em referência à proposta de emenda à Constituição (PEC) dos Benefícios, que liberou R$ 41,25 bilhões em 2022 para incrementar o então Auxílio Brasil – que voltará a ser Bolsa Família.

“Com objetivo exclusivamente eleitoreiro, acabaram com filtros de seleção de beneficiários dos programas de transferência de renda, comprometendo a austeridade desses programas. Recentemente, aliás, confessaram o ato, nos pedindo a retirada de dois milhões e meio de pessoas que eles incluíram indevidamente no cadastro do Bolsa Família”, assinalou Haddad.

Acesso a crédito

O novo governo Lula deverá repetir a fórmula da expansão do acesso a crédito, como foi feito em 2003. Um caso clássico foi o “acesso à linha branca” de eletrodomésticos, que fomentou o mercado de consumo no país. “Vamos voltar a democratizar o acesso ao crédito, como em 2003, quando o Brasil experimentou um período de grande expansão do crédito, com responsabilidade”, disse.

“O que se viu foi uma política de ‘ganha-ganha’, para o povo e para o mercado. Sem contar o grande número de IPOs feitas naquele período. Quantas empresas abriram seus capitais, entraram na bolsa?”, completou.

Haddad terá desafios a cumprir à frente da pasta considerada a mais importante da Esplanada, como dar início a uma reforma tributária e propor nova regra fiscal para substituir o teto de gastos que foi colocado em descrédito ao longo do governo de Jair Bolsonaro (PL) e na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição de Lula.

Novo ministério

Confira como está estruturado o Ministério da Fazenda:

  • Fernanda Santiago – assessora jurídica
  • Marcos Barbosa – secretário de Reformas Econômicas
  • Bernado Appy – secretário de Reforma Tributária
  • Guilherme Mello – secretário de Política Econômica
  • Tatiane Rosito – secretária de Assuntos Internacionais
  • Rogério Ceron – secretário do Tesouro Nacional
  • Robinson Barreirinhas – secretário da Receita Federal
  • Anelize Lenzi Ruas de Almeida – procuradora-geral da Fazenda Nacional
  • Gabriel Galípolo – secretário-executivo do Ministério da Economia

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