Governo não estuda privatizar Petrobras, diz ministro de Bolsonaro

Presidente Jair Bolsonaro disse, na semana passada, em entrevista a uma rádio pernambucana, que tem vontade de privatizar a estatal

atualizado 20/10/2021 11:50

Carolina Antunes/PR

O ministro de Minas e Energia, almirante de esquadra Bento Albuquerque, afirmou, na manhã desta quarta-feira (20/10), não haver qualquer estudo no governo federal sobre a privatização da Petrobras.

“O presidente não conversou isso comigo. Não tomei conhecimento desse assunto, nem ouvi o que ele falou ou o que ele disse, e não há nenhum estudo no âmbito do governo, do Ministério de Minas e Energia, em relação à privatização da Petrobras”, disse o almirante, após participar de evento com a Frente Parlamentar pelo Brasil Competitivo.

Bolsonaro disse, na última quinta-feira (14/10), ter vontade de privatizar a Petrobras. O mandatário da República justificou a fala ao dizer que, quando os preços dos combustíveis sobem no Brasil, a responsabilidade do aumento sempre recai sobre ele.

“Eu tenho vontade, já tenho vontade de privatizar a Petrobras, tenho vontade. Vou ver com a equipe econômica o que a gente pode fazer, porque o que acontece: eu não posso, não é controlar, eu não posso melhor direcionar o preço do combustível, mas quando aumenta a culpa é minha”, disse o chefe do Executivo nacional em entrevista à rádio Novas de Paz, de Recife (PE).

O mandatário reclamou ainda de ser responsabilizado pelo aumento no preço do botijão do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), o gás de cozinha, e lembrou que zerou o imposto federal incidente sobre o produto.

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Um dia antes, na quarta-feira (13/10), o ministro da Economia, Paulo Guedes, levantou a possibilidade de vender ações da petroleira e usar o ganho para custear programas sociais como alternativa para a privatização da empresa.

“Quando o preço dos combustíveis sobe, os mais frágeis estão com dificuldade. Imagine então se eu vender um pouco das ações da Petrobras e der pra eles esses recursos? Não faz sentido o país ficar mais rico e o pobre ficar mais pobre”, assinalou.

Guedes é um grande entusiasta da desestatização da empresa, mas ouviu negativas do presidente durante todo o mandato. Bolsonaro também não aceitava discutir a capitalização do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal. No fim de setembro, contudo, Guedes declarou que a privatização da Petrobras está no radar para os próximos 10 anos.

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