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Dólar fecha acima de R$ 3,92, maior cotação em quase dois meses

O quarto dia consecutivo de valorização da moeda frente ao real levou o Banco Central a anunciar dois leilões de linha

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Rafael Neddermeyer/ Fotos Públicas
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1 de 1 dolar_china_09022015_353 - Foto: Rafael Neddermeyer/ Fotos Públicas

Após abrir o pregão em queda, o dólar iniciou uma escalada que o levou a fechar acima dos R$ 3,92 nesta segunda-feira (26/11). É a maior cotação em quase dois meses, desde 2 de outubro, ainda antes do primeiro turno da eleição presidencial.

O quarto dia consecutivo de valorização da moeda frente ao real levou o Banco Central a anunciar, após o fechamento dos mercados, a realização de dois leilões de linha para esta terça-feira (27). A valorização global da moeda norte-americana, em um processo de aversão ao risco, foi reforçada internamente por um movimento técnico de compra da moeda por bancos, levando o dólar a terminar esta segunda-feira cotado em R$ 3,9227, numa alta de 2,58%.

Apesar de ter aberto em queda, quando atingiu a mínima do dia, aos R$ 3,8184, a moeda iniciou um processo de alta que se acelerou à tarde, após as 15h30, e novamente minutos antes do fechamento. Segundo operadores, o fôlego global da moeda ganhou impulso frente ao real com um movimento de bancos aumentando suas posições compradas. Entre a mínima e a máxima, o dólar à vista subiu R$ 0,11.

Movimento de fim de ano
A estratégia seria uma antecipação aos movimentos, comuns em meses de dezembro, de remessa de dividendos de multinacionais às matrizes no exterior e retorno de fundos a seus países de origem para balanço de fim de ano.

No noticiário doméstico, pesou negativamente ainda a indicação do general-de-divisão Carlos Alberto dos Santos Cruz para a Secretaria de Governo de Jair Bolsonaro, uma pasta responsável pela articulação com o Congresso Nacional e tradicionalmente ocupada por parlamentares.

Globalmente, o dólar acelerou ganhos sobre as divisas emergentes. Em relação à moeda argentina, chegou a subir mais de 3% e tocou os 39 pesos. O movimento, observado desde a semana passada, acompanha um aumento da percepção de desaceleração da economia global, reforçado nesta segunda pelo presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi. Além disso, colabora para o pessimismo a insegurança em relação às tensões comerciais entre China e Estados Unidos.

Em relação aos emergentes, há ainda um aumento da percepção de que a tendência de desaceleração do preço do barril de petróleo vá atingir com mais força esse grupo de países. Apesar de ter apresentado alta acima dos 2,50% nesta segunda nos contratos para janeiro negociados na ICE e na Nymex, o petróleo acumula perda próxima dos 20% no mês.

Com o movimento de insegurança global e aversão a risco, o fluxo de estrangeiros que deixou o país no último mês não tem retornado ao país. Operadores ouvidos pelo Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, apontam que a perspectiva de estabilização da Selic em 6,5% até pelo menos o início de 2020, indicada pelo boletim Focus, teria reforçado a desvalorização do real, à medida que a atratividade das taxas brasileiras a estrangeiros ficará menor por mais tempo.

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