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Brasil deve registrar safra recorde de grãos em 2019, projeta Conab

Cenário mais favorável para o clima e dinâmica de preços elevam as expectativas de produção à marca de 238,41 milhões de toneladas

atualizado

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trigo grão agricultura agronegócio
1 de 1 trigo grão agricultura agronegócio - Foto: Pixabay

O agronegócio brasileiro pode registrar no ano que vem a maior safra da história, com uma produção de 238,41 milhões de toneladas de grãos. Se confirmada a previsão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgada nesta terça-feira, a próxima safra vai superar a de 2016/2017, quando se registrou um recorde de produção de 237,67 milhões, que salvou o crescimento do país.

A última supersafra fez o setor agropecuário crescer 12,5% em 2017, sendo responsável por 70% do aumento de 1% do PIB (Produto Interno Bruto) registrado naquele ano. Uma safra recorde no ano que vem, portanto, também tem o potencial de turbinar o PIB de 2019.

As projeções da Conab estão baseadas no cenário para o clima e na dinâmica de preços. O desempenho das cotações de algodão e soja, por exemplo, fizeram os produtores investirem mais na lavoura e aumentarem a área plantada.

As chuvas da primavera vieram intensas, entre outubro e novembro, antecipando o plantio da soja e criando uma boa perspectiva para a segunda safra de milho. “Em todas as áreas do Brasil deu para antecipar o plantio da soja e começar a safra antes”, disse o coordenador de produção agrícola da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Alan Malinski.

O quadro é mais favorável do que na safra de 2018, pois as chuvas na primavera de 2017 demoraram e foram menos intensas. Como resultado, o plantio da soja foi atrasado e, em alguns casos, os produtores foram obrigados a replantar.

Diante da nova projeção para a safra do ano que vem, a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) prevê que as exportações também poderão atingir o recorde, na casa de US$ 100 bilhões. “O câmbio está mais favorável para os produtores do que em 2013, ano em que as exportações atingiram a maior marca”, disse o diretor-executivo da Abag, Luiz Cornacchioni.

A expectativa, segundo ele, é de que a disputa comercial entre Estados Unidos e China pode favorecer os produtores brasileiros de soja no curto prazo, com elevação de preços e exportações. Mas essa brecha pode se fechar em pouco tempo. “Uma guerra comercial entre esses dois países não é boa para ninguém. Se ela se prolongar e se refletir no crescimento mundial, todo mundo perde”, disse o diretor da Abag.

Malinski, da CNA, lembrou ainda que disputa comercial favorece a produção de soja, mas nem tanto a de milho. Por causa da disputa com os americanos, os chineses já estão comprando mais soja do Brasil, elevando os preços. Como reação, os produtores americanos tendem a produzir mais milho no lugar de soja, competindo por mercado com as exportações brasileiras, explicou o especialista.

Estatísticas
Ontem, o IBGE também melhorou sua projeção para a produção agrícola em 2019. Os dados do IBGE são diferentes dos da Conab, por conta de metodologia e pela forma como coletam as informações. O IBGE projeta produção de 231,1 milhões de toneladas no próximo ano, alta de 1,7% ante 2018, ainda abaixo do recorde de 240,6 milhões de toneladas, em 2017. “Se o clima favorecer, a gente pode chegar bem próximo da safra de 2017. Isso vai depender muito do clima”, disse o responsável pelo levantamento do IBGE, Carlos Alfredo Guedes.

Os dados de novembro do IBGE divulgados ontem também confirmaram que o Brasil fechará 2018 com a maior safra de café da história, totalizando uma produção de 3,6 milhões de toneladas, ou 59,6 milhões de sacas de 60 quilos.

Como a produção de café ocorre conforme uma sazonalidade bienal – a colheita é forte ano, sim, ano, não –, essa cultura não deverá ter destaque na safra de 2019.

Segundo Guedes, o clima ajudou a produção de café na safra deste ano. O café do tipo arábica deverá fechar o ano com 2,7 milhões de toneladas produzidas, alta de 28,2% ante 2017. Já o café canéphora terá produção de 888,6 mil toneladas, alta de 30,4% ante 2017.

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