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Argentina irá renegociar com FMI e estender prazos de dívidas

Em crise crescente desde as eleições primárias, país anuncia medidas emergenciais para estabilizar a economia

atualizado

David Fernandez/EPA

O ministro das Finanças da Argentina, Hernán Lacunza, anunciou nesta quarta-feira (28/08/2019) que o governo do presidente Mauricio Macri propôs ao Fundo Monetário Internacional (FMI) que se inicie o diálogo para rever os vencimentos da dívida com a instituição. A informação foi dada durante entrevista coletiva, na qual Lacunza também divulgou medidas para tentar controlar o quadro de instabilidade local – entre as quais, estender os vencimentos de dívida de curto prazo para investidores institucionais, como bancos e seguradoras.

Lacunza disse que deve haver uma reunião com representantes do FMI “nas próximas semanas” para se discutir a revisão da dívida argentina com o fundo. Segundo o ministro, esse diálogo será de mais longo prazo e necessariamente concluído apenas no próximo governo, seja de Macri ou de outro nome. Candidato favorito à presidência, o oposicionista Alberto Fernández tem insistido na necessidade de renegociar os termos do acordo com o FMI, que atualmente seriam inviáveis, segundo o político.

O ministro das Finanças disse, de qualquer modo, que o diálogo não altera o cumprimento das metas atuais já fechadas com o fundo. Lacunza também ressaltou que os pagamentos da dívida não serão interrompidos, mas que a extensão para a quitação daquelas de curto prazo com investidores institucionais permitirá retirar pressão nos meses anteriores ao primeiro turno presidencial, marcado para 27 de outubro. Os pagamentos a pessoas físicas prosseguirão normalmente, complementou a autoridade, citando ainda que as medidas anunciadas hoje foram antes informadas ao FMI.

Lacunza também afirmou que o governo irá “iniciar um prazo de extensão de vencimentos da dívida com legislação estrangeira”, também no âmbito das medidas para acalmar o quadro antes da disputa eleitoral. Segundo informou, ele foi incumbido por Macri de impedir que o dólar e a inflação não subam mais. Solicitou ainda que os candidatos à presidência se comuniquem com prudência e que a preservação da estabilidade seja vista como objetivo prioritário e comum pelas forças políticas no país.






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