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Advogados dos EUA contestam números da XP Inc. e ações caem 13,3%

Segundo acusações, há discrepâncias entre auditorias internas da corretora e demonstrações financeiras colocadas na oferta inicial de ações

atualizado

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As ações da corretora de valores XP Investimentos Corretora de Câmbio, Títulos e Valores Mobiliários S.A. caíram 13,34% após as demonstrações financeiras da empresa serem questionadas pela consultoria de investimentos The Winkler Group. Com a recente queda, as ações da XP acumulam perdas de 22,8% em 2020 e, nesta sexta-feira (06/03), encerraram no menor valor da história, em US$ 30,99. São informações da revista Exame.

Os escritórios de advocacia Block & Leviton e The Rosen Law Firm anunciaram que estão investigando o caso.

Segundo as acusações, há discrepâncias significativas entre as auditorias internas da XP e as demonstrações financeiras do apresentadas no prospecto da oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês). Os questionamentos foram feitos nesta sexta, quase três meses após a corretora abrir capital na bolsa norte-americana Nasdaq. O IPO movimentou US$ 2,5 bilhões.

Pelo relatório do The Winkler Group, há comunicados da XP conflitantes que apontam para uma diferença de R$ 44 milhões entre os ativos da corretora. Além disso, uma auditoria interna teria apontado para uma discrepância de R$ 38 milhões na receita anual em comparação com o resultado divulgado no ano seguinte.

Os escritórios de advocacia também citam que o documento divulgado pelo The Winkler Group alega que a XP demitiu seu auditor depois que ele encontrou deficiências materiais em seus relatórios financeiros.

Irregularidades
Em trechos compartilhados no Twitter, Nick Winkler, da empresa especializada em análise financeira forense que leva o seu sobrenome, afirma que a companhia estava “short” (vendida) em XP após descobrir o que chamou de irregularidade contábeis, divulgações financeiras inadequadas e discrepância de auditoria.

Tanto o Block & Leviton quanto o The Rosen Law Firm atuam na representação de investidores individuais e institucionais prejudicados por irregularidades financeiras ou fraudes de empresas listadas.

Outro lado
Procurada, a XP esclarece que no mercado norte-americano é comum que companhias abertas sejam acionadas por escritórios de advocacia que visam ingressar com ações coletivas (class action) para tentar buscar acordos financeiros.

“Observamos que tal empresa de investimentos não é uma empresa de análise (equity research) e, como se não bastasse, trata-se de investidor que afirma estar com uma posição vendida em ações da XP Inc. O relatório contém diversos erros e possui pontos que são imateriais ou irrelevantes. Não temos conhecimento de qualquer investigação ou processo contra a XP Inc., seja no Brasil ou no exterior. A XP Inc. reforça seu total compromisso de transparência com seus clientes e investidores”, diz a corretora.

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