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“É só me entubar”: perfil no Instagram denuncia baladas lotadas

Em vídeos postados no @Brasilfedecovid, pessoas que participam das festas debocham da pandemia

atualizado

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Baladas lotadas em boates, barcos e praias, de norte a sul do Brasil, reúnem pessoas que ignoram a pandemia da Covid-19. O usuário do Instagram @brasilfedecovid viralizou, nos últimos três dias, após reunir vídeos e fotos dessas festas, em diversos estados.

“Estamos aqui para denunciar os macabros momentos de confraternização entre os brasileiros e a Covid no verão 2020/2021”, apresenta-se o perfil, que já tem mais de 40 mil seguidores.

A primeira postagem é de três dias atrás e mostra um evento em Trancoso, onde houve engarrafamento de jatinhos no aeroporto. Há música ao vivo e aglomeração em ambiente fechado.

Em um dos vídeos é possível ouvir quando uma mulher grita: “É só me entubar, me entuba”.

Em outra postagem, praias lotadas em São Paulo:

O perfil também traz imagens de Pernambuco:

A página recebeu ameaças pelo conteúdo postado, mas informou que só publica vídeos postados pelos próprios usuários nas redes sociais de forma pública.

Segunda onda

O Brasil registrou 1.194 mortes nesta quarta-feira (30/12), o maior número desde 1º de setembro, impulsionando a média móvel de óbitos por Covid-19, que chegou a 665. No comparativo com o registrado há 14 dias, houve um recuo de 8% – o que indica estabilidade.

Novo recorde de mortes diárias por Covid-19 também foi registrado pela Universidade Johns Hopkins, dos Estados Unidos, que monitora os números da doença desde o início da pandemia. Foram 15.518 óbitos somente no dia 29 de dezembro.

“Não é por acaso que os números estão subindo em mais da metade dos estados brasileiros e no DF. Não é obra do acaso. As pessoas deixaram de tomar os cuidados que deviam, os governos suspenderam as restrições que havia imposto. qualquer um podia adivinhar o que iria acontecer”, explica o médico sanitarista da Fiocruz, ex-presidente da Anvisa, Claudio Maierovitch.

Maierovitch ressalta que o Brasil não voltou a uma situação de normalidade em nenhum momento. “Houve uma redução de casos em setembro e outubro, que não chegou a durar. A gente pode chamar de segunda onda, de inundação, qualquer coisa nesse sentido. O fato é que estamos caminhando rapidamente para superar os números que vimos no começo do ano”, diz.

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