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Dom e Bruno: homem confirma carona a suspeito preso em SP por mortes

Caminhoneiro disse à Polícia Civil de Goiás que não sabia do envolvimento de Gabriel Pereira Dantas com os assassinatos na Amazônia

atualizado

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Divulgação/ Polícia Civil (SP)
Gabriel Pereira Dantas, 26 anos, se apresentou para policiais militares na capital paulista e afirmou ter visto quando os suspeito atiraram
1 de 1 Gabriel Pereira Dantas, 26 anos, se apresentou para policiais militares na capital paulista e afirmou ter visto quando os suspeito atiraram - Foto: Divulgação/ Polícia Civil (SP)

Goiânia – Um caminhoneiro disse à Polícia Civil de Goiás, na quinta-feira (23/6), que deu carona a Gabriel Pereira Dantas, de 26 anos, preso em São Paulo no mesmo dia após assumir atuação nas mortes do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips, assassinados no Vale do Javari, no Amazonas. Segundo o depoimento, o percurso foi de Rondonópolis, no Mato Grosso, até Santos, em São Paulo.

O caminhoneiro prestou depoimento na delegacia de Rio Verde, no sudoeste de Goiás, a 233 km da capital goiana. O delegado Danilo Fabiano Carvalho Oliveira colheu as informações do motorista, que teve a identidade preservada e não tem relação com os assassinatos, para auxiliar a Polícia Civil de São Paulo. “Ele admitiu ter dado carona no dia 20 de junho”, afirmou Oliveira ao Metrópoles.

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“Até lanche”

“O motorista disse que deu carona para uma pessoa que ele não sabia quem era, que pediu uma carona, e que essa pessoa é investigada pela morte de Dom e Bruno”, disse o delegado da polícia goiana. “Ele [o caminhoneiro] contou que pagou até refeição, lanche, para o suspeito porque viu que estava com necessidade de alimento”, acrescentou.

O caminhoneiro transporta grãos da região de Rondonópolis para São Paulo. “Ele disse que, no posto, o rapaz [suspeito] se aproximou dele e pediu carona. Afirmou que apenas deu carona para ele e que sempre faz isso para ajudar as pessoas, já que é vinculado a uma igreja e o objetivo era prestar auxílio a pessoa para se deslocar”, contou o delegado.

Pertences no rio

O caminhoneiro foi interrogado horas depois de Dantas se apresentar em uma delegacia em São Paulo e dizer que participou dos assassinatos. O suspeito teria contado que presenciou o momento em que os executores atiraram em Bruno Pereira e Dom Phillips e que ajudou os criminosos a jogar os pertences das vítimas no rio.

Abaixo, veja vídeo do depoimento:

Em depoimento, Gabriel também teria dito que, depois da repercussão da morte de Bruno e Dom, ele fugiu do Amazonas, passou pelo Pará e Mato Grosso do Sul, onde pegou carona com o caminhoneiro para chegar a São Paulo.

Em seguida, a Polícia Civil de São Paulo ligou para o motorista e o orientou que se apresentasse, espontaneamente, na delegacia mais próxima possível. Então, o condutor, que estava na estrada, parou em Rio Verde para prestar depoimento.

Posto em Rondonópolis

“Ele [o caminhoneiro] falou que encontrou com esse rapaz em um posto de combustível em Rondonópolis, no Mato Grosso, mas não tinha nenhuma ideia de quem poderia ser, e deu carona até Santos, em São Paulo”, contou o delegado da Polícia Civil de Goiás.

De acordo com o delegado, o caminhoneiro, que é natural de Mococa (SP), reconheceu o suspeito por meio de uma fotografia, conforme orientou a Polícia Civil de São Paulo para confirmação da identidade de Dantas.

A Polícia Civil de São Paulo informou que vai comparar a o depoimento do motorista colhido em Rio Verde com o do suspeito preso na capital paulista. Após falar com a polícia goiana, o caminhoneiro foi liberado e seguiu viagem. Por enquanto, a Polícia Civil em Rio Verde não terá mais atuação no caso.

Entenda o caso

Dom e o indigenista Bruno Pereira foram vistos pela última vez em 5 de junho, enquanto faziam uma expedição na região do Vale do Javari, no Amazonas. Os corpos dos dois foram encontrados dez dias depois.

O corpo do jornalista inglês Dom Phillips chegou ao Rio de Janeiro na quinta-feira (23/5) em um avião da Polícia Federal (PF). A viúva dele, Alessandra Sampaio, recebeu da PF a aliança do marido. Laudos periciais confirmaram que o jornalista e o indigenista foram mortos a tiros, com munição de caça.

Três homens já foram presos por suposta participação no crime. De acordo com a Polícia Federal, outros cinco homens que ajudaram a enterrar os corpos de Bruno e Dom na mata foram identificados, além de Dantas, que foi preso após se apresentar à polícia em São Paulo dizendo que participou dos assassinatos.

A motivação do crime ainda é investigada. No entanto, a polícia apura se há relação com a atividade de pesca ilegal e tráfico de drogas na região.

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