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Delator da Ecovias relata propinas a conselheiros do TCE-SP

Segundo ex-presidente da Ecovias, foram pagos R$ 2,9 milhões em troca de aprovação de contas de concessionárias de rodovias

atualizado

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Ecovias
1 de 1 Ecovias - Foto: Divulgação

São Paulo – Um ex-presidente da Ecovias, concessionária de diversas rodovias de São Paulo, afirmou que as empresas que exploraram as rodovias pagaram ao menos R$ 2,9 milhões em propina a conselheiros do Tribunal de Contas do Estado (TCE) para terem sua contas aprovadas.

A afirmação foi feita em delação homologada pela Justiça, segundo informações do jornal Folha de S.Paulo. O acordo foi homologado pelo juiz Danilo Mansano Barioni, da 1ª Vara da Fazenda Pública da capital, na última sexta-feira (1º/4).

O ex-presidente da Ecovias Marcelino Rafart de Seras disse na delação que o cartel de empresas que administrava as rodovias combinou de pagar propinas a conselheiros do TCE, e os R$ 2,9 milhões seriam apenas a parte da Ecovias. Os valores teriam sido pagos entre 1998 e 2009.

“Os representantes das empresas disseram que as contas anuais das concessionárias só seriam aprovadas mediante o pagamento de vantagens ilícitas”, disse o executivo no depoimento, segundo o jornal.

Ele afirmou que não chegou a ter contato direto com os conselheiros do TCE, e que o os empresários davam o dinheiro a um advogado chamado Luiz Carlos Ferreira, que repassava o dinheiro “às autoridades citadas”.

Segundo o delator, houve várias ilegalidades nas aprovações dos contratos de concessão das rodovias, como formação de cartel e pagamento de propina e caixa dois a políticos. Seras ainda explicou que 11 de 12 empresas envolvidas no cartel participaram do acordo para pagar as propinas.

Pelo acordo firmado com o Ministério Público, a Ecovias se comprometeu a compensar os cofres públicos em R$ 638 milhões pelas irregularidades que diz ter cometido e a delatar esses ilícitos. Já o ex-presidente Marcelino Rafart de Seras terá de pagar R$ 12 milhões ao erário.

Ainda segundo a Folha, Seras também disse que fez doações ilegais ao ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) durante campanhas eleitorais.

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