metropoles.com

Cid emitiu no Planalto o certificado de vacinação de Bolsonaro, diz PF

Relatório da PF mostra que comprovantes de vacinação de Bolsonaro foram emitidos do Planalto em três ocasiões diferentes, logo após fraude

atualizado

Compartilhar notícia

Breno Esaki/Metrópoles
Jair Bolsonaro e o advogado Marcelo Bessa em garagem de casa com carro ao fundo
1 de 1 Jair Bolsonaro e o advogado Marcelo Bessa em garagem de casa com carro ao fundo - Foto: Breno Esaki/Metrópoles

O relatório produzido pela Polícia Federal (PF) que embasou a Operação Venire, deflagrada nesta quarta-feira (3/5) contra a organização criminosa acusada de inserir dados falsos de vacinação contra Covid-19, detalha como teria sido feita a emissão de comprovantes de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo aplicativo ConecteSUS.

A inserção das duas doses da Pfizer no sistema do Ministério da Saúde foi feita por volta das 19h do dia 21 de dezembro, pelo secretário municipal de governo de Duque de Caxias (RJ), João Carlos de Sousa Brecha. Na manhã do dia seguinte, 22 de dezembro, por volta das 8h, o usuário do ex-presidente acessou o ConecteSUS e emitiu o certificado de vacinação contra a Covid-19.

Este acesso, de acordo com a PF, foi feito do Palácio do Planalto. Uma semana depois, no dia 27 de dezembro, um novo acesso foi feito pelo mesmo dispositivo às 14h, e uma nova emissão do comprovante de vacinação de Bolsonaro foi feita.

Poucas horas depois, por volta das 21h, a servidora da Prefeitura de Duque de Caxias Claudia Helena Acosta Rodrigues da Silva excluiu os registros das duas doses que Bolsonaro teria tomado na cidade, nos dias 13 de agosto e 14 de outubro. No mesmo momento, a servidora apagou também o registro da vacinação da filha do ex-presidente, Laura Bolsonaro.

Duas horas antes da viagem de Bolsonaro a Orlando, em 30 de dezembro, um novo acesso ao ConecteSUS do ex-presidente foi feito. Desta vez, pelo celular do ex-ajudante de ordens Mauro Cid. Ele emitiu um terceiro certificado de vacinação em nome de Bolsonaro, desta vez constando apenas uma dose de vacina contra a Covid-19, da Janssen.

O relatório da PF detalha, ainda, que o e-mail vinculado à conta de Bolsonaro foi alterado neste período. O endereço eletrônico inserido, de acordo com a corporação, pertence ao também assessor Marcelo Costa Camara, que acompanhou Bolsonaro nos Estados Unidos.

Veja quando foram inseridos e excluídos os dados de vacinação:

0

Compartilhar notícia