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“Chega do PSDB”, diz pré-candidato do Novo ao governo de São Paulo

Com 1% das intenção de votos, o deputado federal Vinícius Poit aposta em privatizações e na desburocratização para o empreendedor

atualizado

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Fábio Vieira/Metrópoles
Vinícius Poit, pré-candidato do partido Novo ao governo de São Paulo
1 de 1 Vinícius Poit, pré-candidato do partido Novo ao governo de São Paulo - Foto: Fábio Vieira/Metrópoles

São Paulo – Deputado federal, Vinícius Poit é o pré-candidato do Partido Novo ao governo de São Paulo, em uma disputa que ainda tem seus participantes indefinidos. Enxugamento do Estado, privatizações, fim de privilégios políticos e desburocratização para o empreendedor são algumas das bandeiras do parlamentar, que se vende como contraponto ao PSDB, administrador do estado há quase 30 anos.

“As pessoas já viram que chega do PSDB, não adianta esperar resultado diferente fazendo sempre da mesma forma. Um Estado inchado, que perdeu o protagonismo, jovens desempregados, as empresas indo embora. A gente precisa mudar”, disse, em entrevista ao Metrópoles.

O  político cita, em diversos momentos, como bom exemplo de governo o mandato de seu colega de legenda Romeu Zema, eleito governador de Minas Gerais em 2018.

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Ele afirma que sua prioridade será criar empregos, o que espera fazer também por meio da criação do “código de defesa do empreendedor”. “A gente defende o consumidor, tem que defender o empreendedor. É desburocratizar, tirar as amarras do Estado. O cara vai abrir seu pequeno comércio, uma lojinha, é tanto alvará e tanta burocracia que fica difícil”, reclama.

Apesar de centrar suas críticas nos tucanos, Poit também alfineta possíveis outros pré-candidatos que ainda não firmaram seu nome na disputa. Hoje, além do candidato do Novo, há apenas dois nomes confirmados no pleito paulista: Guilherme Boulos, do PSol, e Rodrigo Garcia, atual vice-governador do estado, do PSDB.

“Estou cansado de político sem convicção, sem coragem, que só pensa na próxima eleição. Quem colocou o nome e se firmou como pré-candidato foi o Boulos do PSol, o Rodrigo Garcia, do PSDB, e eu, do Novo. Ah, mas o [Fernando] Haddad, mas o Márcio [França], mas o [Geraldo] Alckmin, estão todos vendo. Cara, se coloca. Está cogitando para ver? Política precisa de gente com convicção, sem medo”, diz.

Leia abaixo os principais trechos da entrevista com o pré-candidato:

O PSDB governa São Paulo há 27 anos, e tem um favoritismo muito grande, principalmente no interior. Como o senhor vai tentar acabar com esta hegemonia tucana?

As pessoas já viram que chega, não adianta esperar resultado diferente fazendo sempre da mesma forma. O Estado inchado, que perdeu o protagonismo, um a cada quatro jovens desempregados, empresas indo embora. Na hora que tem crise, eleva o ICMS no meio da pandemia, não faz nada para conter o aumento do IPVA decorrente do aumento do carro usado. Esse tipo de governo a população não quer mais. E tem a decepção. Acho que a maior decepção política recente é o Geraldo Alckmin, um cara que atacava o PT e agora está cogitando ser vice do Lula, Muito ruim, né? O que leva o Geraldo a fazer isso é falta de convicção total. O paulista cansou do PSDB, então acho que tem todas as condições para a gente quebrar este mecanismo assim como a gente quebrou em Minas Gerais com o Romeu Zema.

O país vive uma grande crise econômica e, tanto a nível nacional como estadual, a tônica da eleição de 2022 deve ser a geração de emprego e renda. Como o senhor pretende fazer isso, caso eleito?

Emprego é necessidade número 1, desemprego é o maior medo do paulista. Código de defesa do empreendedor. A gente defende o consumidor, tem que defender o empreendedor. É desburocratizar, tirar as amarras do Estado. O cara vai abrir seu pequeno comércio, vai abrir uma lojinha, é tanto alvará, tanta burocracia, que fica difícil. E este governo não ajudou, porque, além de elevar o imposto, ele vetou esse projeto, que já existe. A gente vai desafogar o empreendedor para gerar mais empregos. Atrair as empresas de volta não é na base de subsídio, é melhorando o ambiente de negócios.

Há previsão de programas sociais em seu governo?

Podemos falar em desenvolvimento social e assistência. A assistência social é necessária em um momento de crise, mas a gente não pode ficar só enxugando gelo, precisa do auxílio emergencial na crise, nestes momentos de chuvas, mas devemos capacitar essas pessoas para que elas caminhem com as próprias pernas em algum momento. Prioridade do governo é educação, saúde, segurança e desenvolvimento social para aqueles mais vulneráveis. Como a gente vai fazer isso? Enxugando a máquina via redução de secretarias, via privatizações, onde o recurso não é necessário, e vamos trazer para uma área de assistência e desenvolvimento social.

A Polícia de São Paulo está insatisfeita com o atual governo, e pressiona por aumentos salariais. Qual a sua proposta para essa classe, tem dialogado com os policiais?

Tenho um diálogo muito bom tanto com a PM quanto a Civil e a Polícia Científica, que é muitas vezes esquecida e está desabastecida. A Polícia Militar está totalmente desacreditada e decepcionada com o governo atual, porque ele prometeu muito e não entregou nada. Você conversa com os policiais e “puxa, não fez nada por nós”. Temos que equipar melhor, valorizar quem está na rua. Houve promessas de que São Paulo, que tem o maior efetivo do Brasil, seria um dos estados mais bem pagos do país. Hoje, é um dos piores salários, não tem cabimento. Vamos cortar de outras áreas que não são prioridade, vamos equipar melhor e contratar mais policiais. Precisa aumentar o efetivo da Polícia, melhorar as condições, ganhar eficiência com tecnologia como boletim de ocorrência unificado… Há muito o que avançar.

O que o senhor tem a dizer de outros possíveis pré-candidatos ao governo, como Fernando Haddad (PT)?

Estou cansado de político sem convicção, sem coragem, que só pensa na próxima eleição. Quem colocou o nome e se firmou como pré-candidato foi o Boulos do Psol, o Rodrigo Garcia, do PSDB, e eu, do Novo. Ah, mas o [Fernando] Haddad, mas o Márcio [França], mas o [Geraldo] Alckmin, estão todos vendo. Cara, se coloca. Está cogitando para ver?

Nas últimas pesquisas eleitorais, a sua candidatura apareceu com 1% de intenção de votos. Como pretende reverter este quadro até outubro?

Preciso gastar sola de sapato, saliva e suor. Infelizmente, a pandemia está aí na porta. Estou fazendo evento on-line quase todo dia e, assim que pudermos realizar evento grande presencial de novo, faremos. A gente estava rodando muito, o estado de São Paulo inteiro. Meu trabalho como deputado federal é o mais transparente da história pelo Ranking dos Políticos, um dos mais econômicos, com projetos aprovados. As pessoas quando veem que existe isso, tendem a escolher. O meu desafio é o de distribuição. Você vai em qualquer boteco no interior do estado, tem lá uma Coca-Cola gelada, porque a Coca tem uma distribuição muito forte. O meu desafio é estar em qualquer mercadinho em todo interior do estado de São Paulo.

Já tem um nome para vice

Ainda acho que é bastante precipitado escolher o vice agora. É importante termos um plano de governo sólido, falar de propostas e dialogar. Isso naturalmente vai sendo construído. É uma cadeira que não pode ser escolhida somente para fins eleitorais. Não pode pensar somente no vice melhor para ganhar eleição, que traz mais votos ou mais dinheiro. Tem que ser um vice que vai poder governar o estado na minha falta, que traga características complementares às minhas.

Um desafio de qualquer governador é ter uma boa base na Assembleia Legislativa do São Paulo para conseguir aprovar seus projetos. Como será seu diálogo com os parlamentares?

Diferentemente do governo atual, eu fui forjado no parlamento, e isso é muito importante para aprender a dialogar. Para liderar a bancada paulista, eu tive voto do PSL, do PSDB, da Tabata Amaral, do Orlando Silva, da Sâmia Bonfim, eu estou ali representando uma instituição. É isso que às vezes os líderes esquecem: a partir do momento que é eleito, tem que liderar para todos, conversar com quem concorda e quem discorda de você, essa é a boa política. Como governador, é preciso dividir protagonismo.

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