Uma das líderes do movimento 300 do Brasil, Sara Winter, usou as redes sociais para criticar o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), de quem era defensora ferrenha.
Sara inicia a publicação afirmando ter sido procurada por políticos e instituições de mais de 13 países “para perguntar o que diabos está acontecendo com Bolsonaro”. “Eu simplesmente já não sei mais o que responder para essas instituições”, pontua em post publicado nesse domingo (5/10).
A ativista afirma que é “muito respeitada e prestigiada no cenário político latino-americano”. “Tanto tenho influência na América Latina que, em fevereiro desse ano, membros do Itamaraty me convidaram para reuniões”, acrescenta.
A líder da extrema direita refere-se a ela mesma como “loirinha que causou” tentando defender Bolsonaro. Ainda na publicação, Sara diz que está “cansada”. Diversas contas dela em redes sociais foram canceladas depois de decisões judiciais.
“Cansada de ficar calada enquanto vejo o governo que dei minha vida enfiar uma piroca no meu cu [sic]”, diz ela na nota publicada em seu perfil do Facebook (veja abaixo).
A ativista também comentou sua relação com a ministra da Mulher, Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves. “Eu sou a filha que Damares abortou”, defende.
Veja a publicação:
Políticos e instituições de mais de 13 países estão me procurando para perguntar o que diabos está acontecendo com…
Posted by Sara Giromini on Sunday, 4 October 2020
“Não reconheço Bolsonaro”
Ao longo da publicação, Sara afirma que a relação com o governo foi se desgastando após a prisão de apoiadores e integrantes do movimento 300 do Brasil.
“Estou vivendo pela vontade de fazer justiça com todos os que estão presos por defender Bolsonaro. Mas não posso mais contar com ele, pois, infelizmente, por “estratégia” se tornou parte do establishment [sic]”.
Por fim, ela afirma que “não aguenta mais” liderar a militância pró-Bolsonaro. “Não reconheço Bolsonaro. Não sei mais quem ele é, o homem que eu decidi entregar meu destino e vida para proteger um legado conservador”.

Sara Winter, líder do 300 do Brasil, foi presa pela PFIgo Estrela/Metrópoles

Sara Winter e o grupo 300 do Brasil na frente da Polícia FederalRafaela Felicciano/Metrópoles

Sara Winter em frente à manifestação de apoiadores do presidente Bolsonaro no estacionamento do TSE, durante julgamento de ações que pedem cassação da chapa Bolsonaro e MourãoIgo Estrela/Metrópoles

Apoiadora ferrenha do governo Bolsonaro, ela defende bandeiras como o armamentismoFacebook/Reprodução

Sara Winter é o "nome de guerra" da extremista de direita. Ela se chama Sara Fernanda GirominiFacebook/Reprodução

Extremista Sara Winter, líder do 300 do Brasil, mostra inquérito sigilosoReprodução/YouTube

Líder do movimento 300 do Brasil é alvo de inquérito no STF contra fake newsIgo Estrela/Metrópoles

A coordenadora do grupo é uma das investigadas no inquérito do STF sobre fake newsReprodução

Extremista Sara Winter coordena o 300 do BrasilFacebook/Reprodução
Em outra postagem, ela volta atrás nas críticas e diz que ainda apoia o presidente.
“Não estou contra Bolsonaro. Não ‘voltei pro feminismo’, como muitos da direita tem me acusado. Estou há 114 dias presa injustamente e com um caso clínico grave de depressão. Estou cansada de política e só posso torcer para que o presidente identifique os comunistas safados que andam ao seu redor, plantando más escolhas, decisões equivocadas e os EXPURGUE da sua vida”, se explica.
Sara também se dirige diretamente a Bolsonaro: “Acorda, presidente. Tem muita gente que te ama e quer seu bem. Eu sou uma dessas pessoas. Seu governo tem tudo pra ser uma referência, um norte, uma luz para dezenas de outros que querem arrancar o comunismo do sistema”, aponta.