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Ex-vice do IPCC cobra mais clareza do país em ação climática

A cientista brasileira Thelma Krug, ex-vice-presidente do IPCC, avalia que o Brasil deve explicar melhor como vai reduzir emissões

atualizado

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Sarah Teófilo
barco atolado no barro em seca do amazonas
1 de 1 barco atolado no barro em seca do amazonas - Foto: Sarah Teófilo

A cientista Thelma Krug, ex-vice-presidente do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC) e que foi candidata a presidente do painel com apoio do governo Lula, afirma que poder público brasileiro precisa ser mais transparente sobre as medidas que estão sendo tomadas buscando a preservação ambiental e para contribuir com o combate ao aquecimento global

“Eu vejo que o Brasil não fica parado, mas ele tem que dar mais visibilidade àquilo que está fazendo e planejando. Essa questão do desmatamento tem tudo a ver. Mesmo no Cerrado, essa expansão agrícola é um dos fatores que vai acelerar a degradação daquele ecossistema e a gente vai contribuir ainda mais com a mudança do clima”, disse.

Na semana que vem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e comitiva desembarcam em Dubai para a 28ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP-28), ocasião em que deve apresentar políticas públicas relativas às mudanças climáticas e promessas para redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE).

Conheça a cientista:


Thelma foi secretária adjunta na Secretaria de Políticas e Programas de Ciência e Tecnologia do Ministério da Ciência e Tecnologia de 2001 a 2003 e secretária nacional na Secretaria de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente (MMA) de 2007 a 2008, no governo Lula 2. 

Para ela, o Brasil não foi claro sobre como pretende reduzir as emissões de gases para atender ao Acordo de Paris, assinado em 2015.

“O Brasil poderia ter sido mais detalhista. O que ele vai fazer para a agricultura, em termos de redução de desmatamento? Acho que essa clareza, um plano transparente que mostre onde o Brasil está imaginando fazer a sua contribuição para a mitigação [das mudanças climáticas]”, disse.

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Conforme a pesquisadora, que também foi diretora do Departamento de Políticas para Combate ao Desmatamento do MMA, entre 2016 e 2017, essa transparência estimula o setor privado a ajudar também.

“Existe uma importância de a gente aumentar o leque de participação, sentando em grupos de trabalho que ajudem a construir políticas que o setor privado possa entender e contribuir”, afirmou.

Thelma Krug alerta que se antigamente, ao falar de mudanças climáticas, os impactos pareciam distantes e muito no futuro, a realidade mostra que é tudo muito atual. “A gente não pode prorrogar mais a necessidade de a gente ter ações concretas e políticas. Essa questão de fazer a expansão agrícola, se pensar no gado, como o gado vai sobreviver a altas temperaturas? É uma questão que não dá para deixar para amanhã”, frisou.

Nesta semana, o Serviço de Mudanças Climáticas da União Europeia divulgou que, pela primeira vez, a temperatura média global ficou 2ºC acima dos níveis pré-industriais, um dado alarmante. No Brasil, a região amazônica enfrenta uma seca histórica, reflexo do fenômeno El Niño somado com o aquecimento global.

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