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Câmeras mostram regalias dos presos da Lava Jato na cadeia de Benfica

Imagens da cadeia pública do Rio de Janeiro mostram que encarcerados da galeria C circulam livremente com “itens diversos”

atualizado

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WILSON JUNIOR/ESTADÃO
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1 de 1 garotinho_wilton_junior_estadao-840×560 - Foto: WILSON JUNIOR/ESTADÃO

Além de terem constatado falhas nas câmeras no momento em que Anthony Garotinho alega ter sofrido agressões, peritos do Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro apontaram a livre circulação dos presos da Lava Jato e de seus pertences – como “sacolas grandes e pequenas” – na cadeia pública de Benfica.

Em meio ao recebimento de “itens diversos”, os presos de colarinho-branco sequer recebiam as quentinhas fornecidas aos presidiários de outras alas. O ex-governador Sérgio Cabral foi transferido da cadeia pública de Benfica para o Complexo Médico Penal de Pinhais, na sexta-feira (19/1), justamente em razão de privilégios.

A perícia foi feita para analisar denúncia do ex-governador Anthony Garotinho. Quando esteve preso, ele alegou ter sido agredido em sua cela por um homem com um taco e foi punido por não provar a ocorrência no cárcere. Em decorrência da penalidade, Garotinho chegou a ser transferido para Bangu 8. Em dezembro, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Gilmar Mendes, mandou soltar o ex-governador.

Uma das falhas registradas no momento em que Garotinho diz ter sido agredido foi notada justamente pela comparação entre imagens de duas câmeras que filmavam o corredor da cela do ex-governador. Uma delas captou as mãos dele batendo palmas para chamar a segurança enquanto a outra, no mesmo momento, permaneceu com a imagem congelada.

Em outro vídeo, os peritos apontam um ponto cego “entre os portões das galerias B e C, permitindo o trânsito de pessoas sem qualquer tipo de registro pelo sistema, uma vez que as demais câmeras estavam inativas”.

Para os peritos “há fortes indícios de interferência humana na gravação do fluxo de imagens por ocasião da suposta agressão ao ex-Governador Anthony Garotinho”.

Além de constatar as irregularidades envolvendo o caso do ex-governados, os peritos chamaram atenção, no mesmo relatório, para o tratamento privilegiado aos presos da Lava Jato, que ficam na galeria C da cadeia pública de Benfica.

“Notadamente, o fluxo de pessoas e objetos na Galeria C destaca-se das demais. Em vários momentos são vistos presos atravessando a mão entre as grades do portão da Galeria C, abrindo a mesma e acessando livremente o pátio”, apontam.

De acordo com os peritos, “a galeria C conta com uma área que funciona como ‘antessala’ e serve de ambiente de interação entre presos e agentes, sem que se observe diferenciação de comportamento entre eles. Somente o fato de uns usarem uniforme de detento e outros não é o que permite diferenciá-los”.

Os peritos afirma que, além de nunca haver fornecimento de quentinhas aos presos da Lava Jato, a galeria C “recebe grande fluxo de itens diversos, sacolas grandes e pequenas e sacos de gelo sem que haja qualquer rotina de horário e, muitas vezes, sem acompanhamento de agentes”.

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